O que realmente importa...

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São Paulo, Brazil
Cheguei ao final do ano de 2009 totalmente estressada e esgotada devido as preocupações do dia-a-dia, com trabalho, estudo, e etc. Na verdade, eu não tinha nenhum problema específico. Apenas, era pessoa ansiosa e preocupada demais com o dia de amanhã. Mas como está na palavra de Deus: "...basta a cada dia o seu mal". Eu precisei passar por um sofrimento muito grande, pra enxergar que na verdade, as minhas preocupações, as minhas ansiedades não mereciam as noites de sono mal dormidas, a depressão que estava querendo tomar conta de mim! Sem querer negligenciar todo resto, eu aprendi que nada nesta vida tem realmente importância, a não ser, a vida daqueles que amamos...estes sim, são o que realmente têm importância em nossa vida... Eu tenho uma filha e um marido maravilhosos, que eu Amo, e que são bençãos que Deus me deu! Eu tenho familiares maravilhosos que eu Amo muito... E tenho amigos maravilhosos que amo muito também...Enfim, tanto pra agradecer ao Senhor! Mas só depois que eu perdi a minha amada sobrinha Júlia, foi que tive a real dimensão da importância de todos eles em minha vida! Todos eles são o que realmente importa pra mim! Todo o restante é secundário...07/2010

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terça-feira, 24 de junho de 2014

Os invernos de nossas vidas...

Este texto eu postei em setembro de 2012. É uma reflexão sobre como me sinto a cada inverno...
Como ele já chegou, estou fazendo uma re-postagem.
Que este inverno seja diferente, mais "quente" e iluminado!

“Mas os que esperam no Senhor renovarão as suas forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão.” Isaías 40:31.

"Hoje acordei pensando nas estações do ano.
E como me sinto a cada inverno...
É engraçado, mas invariavelmente a cada final de inverno, eu sinto como se minhas forças estivessem quase se extinguindo.
Creio que sou movida à energia solar! E todo inverno, eu acabo perdendo um pouco de minhas forças...
É a estação do ano em que a luz solar diminui, os dias às vezes são cinzentos e a temperatura esfria.
Pois a minha alma no inverno, sente a falta de calor, assim como meu corpo...
Chego ao final de cada inverno, cansada, com a imunidade baixa e meio tristonha.
Tento me animar, reagir, mas todo ano é assim...
O inverno, creio que inconscientemente, me remete aos momentos difíceis e tristes por que passei nessa vida!
O curioso, é que na maioria das vezes, estes momentos ocorreram na estação mais quente do ano, o verão.
Só que pra mim, era como se todos aqueles dias fossem cinzentos e frios...
Mas, o bom dessa vida é que tudo está sempre se renovando!
E depois de cada inverno, a primavera chega com suas flores, sua luz e seu calor...
E aí o desânimo, o cansaço e a tristeza vão indo embora. Vou sentindo aos poucos, minhas forças sendo renovadas!
O sol vai brilhando um pouco mais a cada dia, assim como minha alma...
E penso que talvez, se não existissem os “invernos” em nossas vidas, as nossas “primaveras” e “verões” não seriam tão encantadores, tão estimulantes e tão abençoados...
Obrigada Senhor, por cada estação do ano, e por cada “estação” de minha vida!"

quinta-feira, 19 de junho de 2014

"Brincadeira de Criança...Como é bom!" ☺

Nestes últimos dias comecei a escrever sobre três assuntos totalmente diferentes um do outro, mas não consegui concatenar minhas ideias, e não terminei nenhum. 
As ideias estão fervilhando em minha mente, mas tem me faltado tempo para sentar e escrever. É a primeira vez que acontece isso: geralmente sento e elas fluem de uma vez só! 
Então, hoje resolvi falar sobre uma coisa que me inspira todos os dias: ver a alegria e  a espontaneidade do meu filho mais novo! Como é bom vê-lo sempre tão feliz, arteiro e  sorridente, correndo pra lá e pra cá...
Ele me diz coisas engraçadas: está naquela idade em que sai sempre com alguma "tirada" engraçada!
Nos sábados, domingos e feriados sempre madruga (não sei como ele tem essa noção dos dias), mas invariavelmente nesses dias ele acorda bem cedo. Creio que para aproveitar melhor o dia com a gente! 
Noutro dia, eu e meu marido estávamos dormindo, e de repente acordei com meu chinelo no pé. Ele já havia nos calçado e começou a chamar: "coida mamãe", "coida papai"! "Tomá" café!! E lá fomos nós -  em plena 6h30 da manhã - levantarmos pra tomar café com ele! 
E não pensem que depois ele fica logo com sono, porque o "bichinho" só pensa em brincar! E corre para o quintal atrás da Serena e do Snoopy. E pula na cama elástica! E volta pra dentro, esparrama aquele monte de brinquedos pela casa. Mexe no computador, no notebook, no micro-ondas... Nos meus imãs da geladeira, e no que vier pela frente!
A nossa sala ultimamente está mais parecendo um playground! Tem mesa e cadeira da galinha pintadinha, tem cesto com brinquedos, tem bicicleta no caminho, e por aí vai!
Mas não reclamo não: essa fase é muito divertida, e a gente tem  mais é que curtir e aproveitar! Casa que tem criança é assim mesmo -  e na verdade, se estiver tudo muito arrumado, algo deve estar muito errado! 
Ele é tão sapeca, que quando vai tomar banho, geralmente sai correndo gritando de alegria no meio da troca de roupa...  Ele só fica quieto mesmo quando está dormindo! 
Ah!  E ele tem também uma barraquinha que ganhou da minha amiga Sofia... 
Numa noite dessas, ele me fez entrar dentro da "bendita" barraquinha! E ficou me supervisionando:  eu não podia colocar o pé pra fora! 
Cobriu-me com o cobertor, colocou umas almofadas...  Depois quis brincar com seu joguinho de blocos de montar. Só que o detalhe,  é que eu mal cabia dentro dela. Não dava nem pra me mexer! Ele então saiu, deitou no sofá e ficou me olhando, dizendo: “ai, tô “tansado”!" Mas nada de me deixar sair! 
A essa altura, meu marido saiu do banho, e então foi a vez dele se espremer lá dentro. E “ai” dele se pusesse os pés pra fora!  No final, terminamos nós dois, rindo muito da nossa situação!! 
Quando se tem criança em casa, a gente volta  a ser um pouco criança também! E mesmo com a canseira que todas essas brincadeiras trazem, vale cada minuto, cada segundo... Às vezes, é claro, eu perco um pouco a paciência... Dou umas broncas, pois ninguém é de ferro! 
Mas suas "artes", suas falas engraçadas, seus gestos carinhosos aquecem minha vida e meu coração... Agradeço a Deus por cada uma delas! ♥ 

Brincadeira de criança dá uma baita canseira!! Mas...como é bom! 

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Cartinhas de amor... em memória de Júlia...♥♥

Ontem demorei a pegar no sono. Muitas recordações teimavam em povoar minha mente... 
Hoje, o meu peito está "apertado". E um misto de tristeza e saudade invade minha mente e meu coração...
Outro dia assisti na TV, uma matéria sobre como mensagens de encorajamento ou de amor e esperança, podem  ajudar crianças que estão sofrendo com doenças graves. Isso me fez recordar da época em que minha amada sobrinha Juju adoeceu. 
Por coincidência, eu havia assistido a um filme chamado "Em busca de um milagre", em que um menino adoece com um tumor cerebral. Ele é desenganado pelos médicos, mas a mãe não aceita o diagnóstico. E move uma campanha nacional para que o menino receba mensagens de ânimo e esperança, acreditando que assim ele se fortaleceria. No final, por um milagre, ele fica curado.
Então, na época em que descobrimos a doença da Juju, automaticamente me lembrei desse filme. E acreditei com todas as minhas forças que ela ficaria curada!
A partir de então, durante cinco meses, eu escrevi inúmeras cartinhas a ela quase todos os dias.  
Eu trabalhava na rua de trás do correio, e a atendente acabou fazendo amizade comigo.  E me perguntava sempre sobre o estado de saúde dela. Até as filhas das minhas  colegas de trabalho resolveram escrever mensagens de ânimo pra ela.
Na época, eu comprava os adesivos de que ela tanto gostava: Jolie, Princesas, e etc. Comprei também canetinhas coloridas e  folhas enfeitadas. 
Escrevia mensagens de Amor, carinho,  de fé, e que falavam também, de quanto Jesus a amava.
Não tenho ideia de quantas cartinhas enviei nesse período. Perdi as contas! Só sei que foram muitas...
Em cada cartinha, eu tentava passar a ela - que sofria tanto, e que estava tão debilitada - o ânimo, a fé e a esperança de que no final, tudo daria certo, tudo ficaria bem... Eu realmente acreditei nisso!
Mas, não foi da vontade de Deus que ela permanecesse aqui conosco...
Muitas vezes é difícil aceitar e entender a vontade de Deus. É verdadeiramente, um processo doloroso! 
Mas em tudo, eu creio que Ele tem seus propósitos. E quando coisas ruins acontecem, eu creio também, que Ele nos capacita para suportá-las.
Pois bem, no dia 29/05/2010 minha amada Juju partiu...
Apesar de todas as nossas orações, de todas as nossas esperanças, e de todas as minhas cartinhas... E na época, eu me perguntei: por que fui assistir justamente àquele filme?
Talvez, por uma ironia do destino, eu tenha assistido a aquele filme alguns dias antes de descobrirmos a sua doença. Mas prefiro acreditar que foi para que eu tornasse os seus dias um pouco mais felizes, em meio a todo aquele sofrimento.
Creio que ela deveria esperar com alguma expectativa as minhas cartinhas... E espero que possam ter lhe trazido um pouco de alento, pois coloquei nelas todo o meu Amor! E, de certa maneira, acabei me confortando também, ao passar a ela todo o meu afeto através daquelas folhas de papel...
E hoje -  o dia de sua partida - após quatro anos, eu gostaria que a alegria se sobrepusesse à tristeza, pois eu quero me alegrar por ter tido o privilégio de ser sua Tia!
Alegrar-me, por ter sido capaz de lhe proporcionar alguns momentos realmente felizes, em seus sete anos de vida! Eu a amei e me senti amada por ela... E um dia, nos reencontraremos - essa é a certeza que nos dá a Palavra de Deus!
Então, que hoje nos lembremos da menina linda, inteligente, meiga e delicada que ela foi... E que jamais será esquecida!  
A sua existência foi breve, sim. Mas marcou profundamente cada um de nós!
E a sua lembrança e tudo que vivemos, todos os momentos felizes, estão  gravados pra sempre, em meu coração...
Com todo Amor... Tia Dê.
"Saudade é o Amor que fica...". 

Mais histórias sobre a Juju: http://adelisa-oquerealmenteimporta.blogspot.com.br/search/label/Minha%20sobrinha%20%20J%C3%BAlia

quinta-feira, 22 de maio de 2014

"Pagando micos"...

Imagem extraída do Google
Anteontem, quando cheguei do trabalho, minha filha  foi esperar-me no ponto de ônibus em que desço para irmos juntas ao mercado. Logo que entrei no carro, dei-lhe um beijo como de costume. 
Ao chegarmos ao mercado, cada uma foi para um lado fazer suas compras, para depois nos encontrarmos no caixa.
Peguei dois saches de leite Ninho que estavam numa banca de promoção, mas resolvi confirmar o preço naquelas máquinas leitoras de código de barras. Só que fui confirmar numa, perto da banca de verduras e legumes. Quando coloquei o leite debaixo da máquina, a mesma fez uma barulhão. Eu levei o maior susto, e alguns segundos para perceber que se tratava de um secador de mãos... Não reparei que havia uma pia para lavar as mãos ao lado do pilar, e junto dela, o secador de mãos. Um rapaz que estava à minha frente segurou o riso olhando pra mim, e eu sai de fininho... J
Mas as trapalhadas não pararam por aí. Quando fomos passar no caixa, eu reparei que minha filha estava com uma marca de batom na bochecha. Era no formato de uma boca perfeita!
Ela deu risada e ficou brava comigo ao mesmo tempo! Quando cheguei do trabalho, ao entrar no carro e lhe dar um beijo, deixei minha marca registrada... E só então ela entendeu porque as pessoas passavam por ela, e sorriam ou seguravam o riso... Coitadinha! A fiz pagar o maior “mico”! J
Minhas irmãs sempre se assustavam quando viam minhas marcas de batom nos meus sobrinhos, pensando num primeiro momento, tratar-se de algum machucado. Hoje assusto minha filha quando beijo minha netinha... J
E pra encerrar a noite com “chave de ouro”, nós passamos na casa de uma artesã para pegar uma encomenda minha. Ao sair do carro, fui falar com minha filha e distraí-me, e ao fechar a porta (não sei o que aprontei) dei com ela no meu ouvido e pescoço. Fez até um barulho: “crec”! Nossa, que dor! Na hora foi inchando, e quando cheguei em casa me besuntei de Hirudoid. Mas graças a Deus não foi nada, e no outro dia amanheci sem nenhuma marca.
Isso me fez  lembrar da véspera do casamento de minha filha: eu e ela estávamos com os nervos à flor da pele. E naquela correria! Eu, feito uma “barata tonta”, correndo para lá e pra cá. Já era tarde da noite... Pois ao fechar a porta do meu guarda roupa, bati a mesma com toda força no meu nariz! Eu não sei como consigo estas proezas: fechar a porta do carro no ouvido, a porta do guarda-roupa no nariz... J
Então dei um grito de dor, e ela veio ao meu encontro assustada, ainda mais nervosa do que estava. E eu só gritava: “não acredito que fiz isso, não acredito que fiz isso”!
Meu nariz latejava! E eu já podia visualizar a cena: eu, a mãe da noiva no altar, com o nariz inchado e roxo. Que desespero!
Corri, peguei gelo, passei Cataflam, fiz massagem. E orei a Deus, pedindo um “milagre”! J
No dia seguinte, acordei com apenas uma pequenina marca roxa ao lado do nariz, que a maquiagem encobriu muito bem! Naquele dia, Deus atendeu às minhas preces, pois no Domingo (dia seguinte ao casamento), o nariz inchou, a mancha se espalhou e escureceu, e demorou alguns dias para sarar... J
Mas em matéria de “micos” e trapalhadas eu sou catedrática!
Minha irmã Ricardina lembrou-me de um episódio por que passamos na antiga loja Muricy. Ao chegarmos à loja, resolvemos ir ao banheiro. Entramos, e logo de cara achamos esquisito, pois havia uma “pia” enorme de alumínio que pegava toda a parede. Muito estranho o banheiro! Eu entrei na cabine e ela ficou do lado de fora esperando. Quando sai, ela estava até meio encolhida de tão envergonhada que estava! E dois homens olhando-a com cara de espanto, e também totalmente constrangidos!
Foi aí que me dei conta, que havíamos entrado no banheiro masculino. Na verdade, trocamos o andar.  Saímos de “fininho”, com “cara de paisagem”, e até hoje, ainda rimos juntas do ocorrido! J
E lembrando-me de todas estas trapalhadas, lembrei-me de certa vez que fui ao médico. No dia da consulta, saí toda apressada e peguei as folhas dos exames que estavam em cima da estante para que ele visse os resultados. Lá chegando, entreguei os exames ao médico e estava esperando o “veredito”, quando o mesmo me olhou com um misto de espanto e confusão...
Aí me falou que o que eu havia lhe entregado era uma nota fiscal de alguns móveis. Nessa hora, a vontade que tive, foi de abrir um buraco no chão e me enfiar dentro! Não é que na pressa, eu peguei a nota fiscal de alguns móveis que havia comprado e que tinha sido impressa em folha de formulário contínuo (do mesmo tipo dos exames)! Que “mico” gigantesco!! J
Desde de criança sempre fui meio atrapalhada... Meu pai brincava, dizendo que qualquer dia eu iria quebrar o dedo escarafunchando o nariz...J
E assim, os anos passam, e de vez em quando é um “mico” aqui, outro ali...
Mas quem nunca pagou um mico na vida, que atire a primeira pedra! J

terça-feira, 20 de maio de 2014

Mudanças...

Imagem extraída do Google
Ontem, em plena segunda-feira comecei meu dia levando alguns choques e seis picadas de agulha em cada braço... Pode parecer uma seção de tortura, mas foi um exame que fiz!  
Várias pessoas haviam me amedrontado, dizendo que o exame era horrível. Confesso que não é nada agradável, mas como disse a médica que o realizou: ele é suportável  e necessário para detectar ou descartar certas doenças. E graças a Deus deu tudo certo!
Já faz tempo que estou para escrever, mas como sempre, estou numa “luta feroz” contra o tempo! Ah! Como eu queria que ele fosse meu aliado...
Há algum tempo atrás descobri que estou com problemas de coluna e tendinite.  E por conta disso, tenho feito vários exames.
O médico  me alertou quanto a algumas mudanças necessárias para não agravar o problema: não posso pegar peso, não posso mais dormir de bruços, não posso fazer alguns exercícios. Com todas estas restrições, não  tem sido fácil! E tenho refletido muito sobre tudo isso... 
Não posso pegar peso: mas meu filho tem três anos e não entende quando digo que estou “dodói” e não posso carregá-lo no colo... E tem também minha netinha, que é um bebê e que quero pegar no colo pra poder curtir essa fase.
Não posso dormir de bruços: durante quarenta e nove anos de minha vida dormi nesta posição. Até quando estava grávida acordava de barriga pra baixo com aquele barrigão!  
É... De vez em quando a vida nos obriga a sair dos nossos lugares comuns. Temos que mudar certos hábitos que estão bem arraigados, e seguir em frente!
Às vezes, é bem "dolorido" no começo... 
Mas quantas vezes tive que deixar  de olhar pra trás, e seguir em frente de um modo diferente! Deixar de fazer algumas coisas daquele modo costumeiro, e fazer de outra maneira. Nem sempre da maneira mais fácil, mas sim, da maneira correta para aquele momento.
Muitas vezes, deixar de lado algumas coisas que nos prejudicam, mas que fazemos pelo hábito ou pelo conformismo.
A vida é assim! E graças a Deus, por termos essa capacidade imensa de adaptação às mudanças!
Tenho fé e esperança que essa fase vai passar, assim como tantas outras que já vivi, experimentei e superei!
Existe um pensamento de Albert Camus  que traduz bem o que sinto:
"Nas profundezas do inverno, eu finalmente entendi que, dentro de mim, há um verão invencível".
 Que vença sempre o “verão” que existe dentro de mim!!

"Bendito o homem que confia no Senhor e cuja esperança é o Senhor. Porque ele é como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde e, no ano de sequidão, não se perturba, nem deixa de dar fruto." Jeremias 17:7-8

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Em meio as pedras...

Outro dia à caminho do trabalho, ao atravessar a avenida, deparei-me com uma imagem que me chamou a atenção: em meio ao chão de paralelepípedos, uma florzinha minúscula teimou em brotar! Naquele solo árido e infecundo, aquela minúscula flor conseguiu forças pra desabrochar!
Aquilo me chamou a atenção e registrei a imagem com o meu celular. Em minha mente, fiz várias analogias de imediato. Como aquela florzinha, em uma época de minha vida encontrei-me em solo árido...
E tive que fazer uma escolha: ou eu me dobrava diante as circunstâncias e permanecia no “chão” com minhas dores, minhas angústias, meu cansaço e desânimo.  Ou, com todas as minhas forças me levantava e seguia em frente! Com a ajuda de Deus, eu escolhi a segunda opção!
É curioso, mas no mesmo dia em que vi aquela cena, fiz um curso em meu trabalho sobre o tema “resiliência”.
Resiliência é a capacidade que as pessoas têm de se “levantar”, de resistir em meio às dificuldades, perdas ou tragédias da vida. As pessoas foram comparadas ao bambu, que diante do vento e das tempestades, enverga, mas não quebra. E depois volta ao normal, com toda a sua força!
Assim como o bambu, ou como aquela florzinha, somos nós!
Na vida, muitas vezes nos deparamos com provações, dificuldades, sofrimentos, mas cabe a nós: nos prostrarmos, ou resistir e levantar em meio às quedas!
Em minha vida, tenho um exemplo que é muito forte pra mim: minha irmã Ricardina, mãe da minha amada sobrinha Juju. Ela teria todos os motivos pra ter se entregado à tristeza, ou desistido da vida -  após a partida tão trágica da Juju. Mas não! Ela escolheu seguir em frente, vivendo um dia de cada vez. Começando coisas novas e realizando-as em memória da Juju. É claro que ainda sofre, ainda chora sua perda tão grande e irreparável. Mas escolheu viver, e seguir em frente. Escolheu desabrochar em meio às pedras...
E essa imagem tão simples e tão linda ao mesmo tempo, eu dedico a ela, e a todas as pessoas que enfrentam dores e dificuldades!
Lembrem-se sempre: Deus nos fortalece a cada dia, para não permanecermos prostrados, no “chão”!  Mas, nos capacita, para que possamos extrair forças de onde nem imaginamos.              
      Para “desabrocharmos” firmes, com todas as nossas forças, em meio às pedras!!
*Este post eu dedico a você Rica, com todo o meu amor... 

domingo, 13 de abril de 2014

Antigamente...

Nossa! Pensando bem, tenho muita coisa pra contar!
Antigamente, bem antigamente... Quando eu era criança, as coisas eram bem diferentes...
Tudo era mais simples: sem neuras, estresse ou complicações...
Na escola ninguém se traumatizava por sofrer bulling. A bem da verdade, nem se ouvia falar disso!  E se alguém era perseguido ou assediado (como se diz hoje em dia) pelos colegas  ou amigos, o negócio era se virar; porque os pais não tiravam satisfação com as professoras ou com os outros pais, por qualquer motivo!
Eu era arteira, estava sempre aprontando! Apanhei muito de cinta do meu pai! Até acho engraçado, quando me lembro de que eu corria léguas quando ele vinha com a cinta atrás de mim... Geralmente eu escapava das cintadas, noutras ficava com as pernas cheias de vergões...
Hoje ninguém leva umas palmadas. Mas o que se vê por aí, é que as novas gerações estão ficando cada vez mais sem limites e sem respeito pelos demais...
Tudo era diferente...
O feijão, o arroz, e outras coisas eram vendidos num armazém e tudo era pesado a granel.
Como lembrou minha irmã, os pães eram as bengalas que ficavam em cestos, e embrulhados só no meio, em papel cor de rosa. Às vezes, a gente os trazia debaixo do braço, e eles chegavam todo amassados! 
Comemorávamos os aniversários na rua, com a turminha: jogando ovos, farinha e até goiaba no aniversariante, e depois em todo mundo também! Era uma bagunça, aquela festa! 
Depois era um custo tirar toda aquela sujeira do cabelo! E o cheiro do ovo?  Eu não sei por que comemorávamos assim, mas era assim que a gente fazia...  Tinham também as festinhas com bolo Pullman e sorvete. Tudo muito simples...
Lembro que naquela época comíamos ovo quente com sal, de colher, só quebrando a pontinha.
A maionese era feita em casa - eu ficava fascinada ao ver o óleo e o ovo batidos virarem aquele creme. Hoje existe a salmonela e ninguém mais come ovo quente ou maionese feita em casa! Será que antigamente não existia salmonela??
Esperávamos ansiosos, o padeiro, seu Otávio, com seus deliciosos pães doces recheados com creme... Tinha também o bolacheiro.  Hoje não tem padeiro e nem bolacheiro passando na rua...
Ah! Tinha também o bucheiro: ele vendia bucho, miolo, fígado e língua de boi, e até rim! Antigamente comíamos de tudo! 
Eu me lembro de que às vezes chegava à casa de algum conhecido, e estavam cozinhando rim. Era um cheiro horrível. Isso eu nunca comi!
Mas miolo, já comi sim! Quando eu era criança, eu e minha irmã mais nova, a Lurdinha, ajudávamos minha mãe a limpar os miolos de boi, que depois ela temperava, empanava e fritava. Comíamos e adorávamos! Eu gostava muito também, da língua ensopada que a minha avó Adelaide fazia...
Hoje quando penso em todas estas comidas "exóticas" , meu estômago revira... De nojo!  Argh! Não tenho mais coragem de comer essas coisas! 
Gostava também das sardinhas fritas que a minha vó Elisa fazia, e guardava na estufa. Hoje os fogões não têm mais estufas!
E os guarda-pães? Aqueles que tinham uma portinha que subia ao abrir. Hoje são relíquias ou viraram peças cult. Minha amiga Sofia faz coleção deles! Na época, eu me lembro de que ela guardava o seu chiclete mascado para mascar no outro dia... Coisas de criança! 
Não tínhamos toda a tecnologia e os brinquedos sofisticados que há hoje em dia. Tínhamos que usar nossa criatividade nas brincadeiras.
Brincávamos de pega-pega, esconde-esconde, stop, alerta, queimada, passa-passa cavaleiro, mamãe da rua, "quando eu era mocinha", estátua, e muito mais! De casinha: eu me lembro que fazia sopa com terra, água e folhas para as minhas bonecas. Fazia bichinhos de batata e palito. 
Ah! E brincava com "tatus bolinha" que encontrava no jardim. Pra quem não conhece - porque acho que eles entraram em extinção - são aqueles bichinhos que quando tocados, viram uma bolinha!
Brincávamos na rua até tarde. Tínhamos a nossa turminha. Não havia perigo como hoje em dia.
Antigamente... Todo mundo tinha piolho! E quando pegávamos, nossas mães tratavam-nos com Neocide, aquele pó que vinha numa latinha redonda. Eu me lembro de que borrifavam aquele pó em nossas cabeças e amarravam um lenço. Ficávamos esperando por meia hora. E depois eram só piolhos e lêndeas mortos quando os pentes finos eram passados.
Não sei como é que nós sobrevivemos a esse tratamento, e não morremos juntos com os piolhos!!  Só por Deus!
E as cadeirinhas pra crianças, cinto de segurança e tudo mais que existe hoje em dia? Nada disso existia naquela época. Todo mundo ia solto no banco de trás. A maioria dormindo tranquilamente...
As famílias grandes se espremiam dentro dos carros. Não existia limite de passageiros. O engraçado é que maioria sobreviveu a todas essas coisas...
Eu penso que tudo era mais simples e que todo mundo era mais inocente: principalmente as crianças e os adolescentes...
         Tem até aquele ditado: "do tempo em que se amarrava cachorro com linguiça...".☺ 
Poderia  se dizer que éramos meio bobinhos, se comparados às crianças de hoje. Mas creio que também, éramos mais felizes! Havia mais inocência, ingenuidade e confiabilidade na época... 
Sei que muita gente, assim como eu, tem saudade daquele tempo... Porque já li muita coisa parecida com o que estou escrevendo agora.
E é por isso que quando me lembro de todas essas coisas, de tudo que vivi, sempre me vem à cabeça aqueles versos de Casemiro de Abreu: "Oh! que saudades que tenho, da aurora da minha vida, da minha infância querida, que os anos não trazem mais!".
             Foram bons tempos aqueles!! Pra mim, e com certeza pra muita gente - que viveu, assim como eu, os tempos de antigamente...

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Um amor e uma carriola... ♥

Imagem extraída do Google
Nestes meus quarenta e nove anos de vida, eu já vi de tudo! Já fiquei sabendo de cada história do "arco da velha"!J
Mas há um tempo atrás tomei conhecimento de uma história que  me deixou intrigada.
No ônibus em que volto do trabalho no final da tarde, corre a conversa que um senhor que faz o sentido inverso - vem nele todos os dias, da cidade vizinha para o destino em que o espero - quando chega ao seu ponto de destino, a mulher o espera às vezes com uma carriola de pedreiro.
Dizem que todo dia ele sai do trabalho e passa no bar pra tomar umas e outras. E no dia em que não está lá muito bem, liga para a esposa para que ela o espere com a carriola (para carregá-lo até em casa).J
A história é meio surreal, parece mais uma "lenda urbana”!
Só que a partir do dia em que a ouvi, comecei a prestar a atenção.
De fato a mulher o espera todo dia numa estradinha de terra que o ônibus para em frente. A mesma é magrinha, franzina, e já aparenta certa idade. Não vi a carriola ainda.
Mas todos dizem que a história é verdadeira! Dois cobradores e vários passageiros  a confirmaram. E ontem um cliente que trabalha lá perto, também confirmou a história. E acrescentou que ela o leva ao ponto de manhãzinha, quando ele sai para trabalhar.
Então fico a imaginar a cena: aquela senhorinha tão frágil, carregando o marido bêbado numa carriola, até chegar em casa... E penso: que espécie de amor é esse? 
Seria esse o amor incondicional? O amor abnegado? 
Ou seria um "amor bandido"?
Confesso que se fosse comigo, e meu marido chegasse em casa nesse estado, eu não seria tão benevolente assim! Deus que me perdoe! Mas acho que seria mais fácil eu jogá-lo da carriola barranco abaixo!J
O mais engraçado, ou talvez curioso, é que eles parecem unidos e felizes. E a esposa o espera todo santo dia no mesmo lugar!
Pensando mais a fundo, quem sou eu para julgá-los?!
Em tempos de amores descartáveis, em que os casais se separam por qualquer bobagem, é de se admirar um amor tão fiel e abnegado assim.
E como dizia Blaise Pascal, em sua sabedoria: "O coração tem razões, que a própria razão desconhece".
Então, que eles sejam felizes... Com seu amor e a carriola! J

sexta-feira, 28 de março de 2014

Uma história de amor escrita por Deus...♥


No mês de março, no dia 22 é comemorado o Dia Mundial da Água, mas para mim, esse dia tem um significado pra lá de especial!
Nesse dia, Deus começou a escrever uma linda história de amor em minha vida...
      Lembro-me como se fosse hoje: eu fui de manhãzinha com o aprendiz que trabalhava comigo na época, em um evento do dia Mundial da Água. Fazia parte de um compromisso que tinha (como membro de um grupo que participava) em meu trabalho. O evento foi de manhã, e na parte da tarde tive meu dia abonado.
Eu e meu marido já estávamos na fila de adoção há mais de dois anos e meio, esperando uma criança (um menino). Mas o tempo passava, e nada da criança aparecer. Ficávamos cada dia mais ansiosos!
Então, na semana anterior tivemos uma conversa e decidimos mudar a idade da criança para até cinco anos. Acreditávamos que seria mais fácil de aparecer. 
Pois exatamente naquele dia mundial da água, após voltar do evento, decidi ir ao Fórum conversar com a Assistente social para fazer a mudança em nosso cadastro.
Quando cheguei e comentei com ela que estava ansiosa pois a demora estava muito grande, ela me disse que era assim mesmo. Que tivéssemos mais paciência, pois seríamos os próximos da longa fila de espera... E mudou a idade da criança como pedi. Isso foi numa segunda-feira.
Na quinta, trabalhei a tarde toda no caixa, e não vi que meu celular havia tocado. Quando a agência fechou, fui verificá-lo, e vi que havia uma ligação da assistente social. Na mesma hora, liguei de volta, toda ansiosa! Ela atendeu, e me disse que já ia ligar pra outra família. Disse-me que talvez eu não fosse querer por causa da idade, pois a criança era nova demais, e devia chorar muito; tinha apenas três meses, segundo ela.
Eu lhe disse que queria conhecer sim. Se ela estava me ligando, acreditei que foi por vontade de Deus! E só iria ligar para o meu marido, para ver o que ele achava. Na mesma hora ele se interessou, e marcamos a visita para a próxima terça-feira.
Que ansiedade! Só poderíamos ir na terça, pois teríamos que passar novamente por uma entrevista com a assistente social e com a psicóloga do abrigo.
O final de semana passou, e só o que se passava pelas nossas cabeças, era o nosso filhinho... Como ele seria? Será que sentiríamos que era o nosso filho naquele primeiro encontro? Será que seríamos aprovados na nova entrevista? Quantas dúvidas! Quanta insegurança!!
Por fim a tão esperada terça-feira chegou.
Enquanto íamos para o abrigo, eu fui prevenindo meu marido - que não esperasse muito da criança. Na minha cabeça à princípio, achei que adotaríamos uma criança mais velha, pois eu havia acabado de fazer a mudança no cadastro para até cinco anos.  Então imaginei-a sofrida, talvez com maus tratos, arredia. Magrinha, ou talvez até não fosse bonita...
Mas eu estava pronta para amá-la, qualquer que fosse seu estado! Como meu marido seria pai de primeira viagem, resolvi preveni-lo.
Quando chegamos, começamos a conversar com a psicóloga e a assistente social. Disseram-nos que aquela seria uma entrevista, e dependendo de como nos saíssemos, poderíamos primeiramente ver a foto da criança, ou até mesmo, conhecê-la naquele dia. Muitas dúvidas e inseguranças ainda passavam pela minha cabeça...
Depois de muitas perguntas e respostas, perguntei se poderia conhecer a criança naquele dia. E então o chamei pelo nome com que ele foi registrado na época.
Elas riram e me disseram que havia uma "confusão" com o nome dele. Que lá no abrigo, quando uma criança chega, elas dão o nome que acham que combina com a criança, e que lá ele era chamado de Pedro.
Nessa hora me emocionei! Arrepiei-me inteirinha, e disse-lhes que aquele era o meu filho! Eu tinha a certeza!
E expliquei que Deus havia falado comigo antes, através de três amigas que eu tenho, mas que não se conheciam. Deus usou-as, para que eu tivesse a certeza quando chegasse a hora. Durante os mais de dois anos que esperamos, quando estava ansiosa, comentava com alguma delas. E todas, me respondiam meio de brincadeira: não se preocupe, não fique ansiosa... Logo o Pedro, ou logo o Pedrinho vai chegar!! J
Quando contei essa história, todos ficaram emocionados!
Ali, naquele abrigo estava o meu filho! Eu não precisava ver a foto, ou vê-lo pessoalmente pra saber, pra ter a certeza!
Enfim, elas nos mostraram a foto dele: um lindo bebê, com jeitinho sereno, todo sorridente. Gordinho, bem tratado, lindo! Nessa hora: mais emoção, mais choro!
E então, por fim conhecemos nosso filhinho!!  Quando nos vimos, ele logo abriu um sorriso lindo... Nunca vi uma criança tão linda, tão simpática!
Ele era muito mais do que eu havia pensado, ou pedido a Deus!
Não havia mais dúvidas, só certezas! Eu e meu marido tínhamos nosso filho tão esperado nos braços...
Ele nasceu ali, naquela hora, pra nós dois!
Muitas pessoas talvez me condenem por eu falar sempre tão abertamente sobre esse assunto. Sobre a adoção. Talvez achem que eu deveria dar a chance do nosso filho decidir mais tarde, se quer que as pessoas saibam ou não, da sua história.
Eu penso que a sua história, que a nossa história, é linda, e que não temos que escondê-la, ou torná-la um tabu.
Eu e meu marido decidimos que ele vai saber desde sempre. Desde que tiver entendimento. Pra que ele saiba que ele foi muito esperado, muito amado desde o início.
Ele é um presente de Deus nas nossas vidas!
É o meu precioso... É lindo, sim. Por fora, e o mais importante: por dentro! Sempre falo a ele, que ele é o príncipe que Jesus enviou pra nós!
E como já disse uma vez: eu descobri que os filhos nascem de várias maneiras...
E o Pedrinho nasceu naquele dia, naquele abrigo; diretamente, dentro dos nossos corações!
Isso é  o que realmente importa...
Amo você,  meu filho!!