O que realmente importa...

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São Paulo, Brazil
Cheguei ao final do ano de 2009 totalmente estressada e esgotada devido as preocupações do dia-a-dia, com trabalho, estudo, e etc. Na verdade, eu não tinha nenhum problema específico. Apenas, era pessoa ansiosa e preocupada demais com o dia de amanhã. Mas como está na palavra de Deus: "...basta a cada dia o seu mal". Eu precisei passar por um sofrimento muito grande, pra enxergar que na verdade, as minhas preocupações, as minhas ansiedades não mereciam as noites de sono mal dormidas, a depressão que estava querendo tomar conta de mim! Sem querer negligenciar todo resto, eu aprendi que nada nesta vida tem realmente importância, a não ser, a vida daqueles que amamos...estes sim, são o que realmente têm importância em nossa vida... Eu tenho uma filha e um marido maravilhosos, que eu Amo, e que são bençãos que Deus me deu! Eu tenho familiares maravilhosos que eu Amo muito... E tenho amigos maravilhosos que amo muito também...Enfim, tanto pra agradecer ao Senhor! Mas só depois que eu perdi a minha amada sobrinha Júlia, foi que tive a real dimensão da importância de todos eles em minha vida! Todos eles são o que realmente importa pra mim! Todo o restante é secundário...07/2010

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sexta-feira, 20 de abril de 2018

Mudança de rota...


Imagem extraída do Google
Outro dia eu pensei em mim, e sobre como estava me sentindo nos últimos tempos.  E veio à minha mente a imagem de uma planta murcha, caída…quase morrendo. Que então, de repente é regada, e aos poucos vai se levantando!
Assim estava eu, nos últimos meses! Ou, no último ano!
Completamente exaurida devidos à dores físicas, que acabaram tornando-se emocionais!
A comparação pode parecer exagerada, mas era exatamente assim que eu me sentia...
Agora, os poucos, devagarinho... Eu estou me recuperando!
Têm dias que me sinto bem, parece que vou melhorar de vez... Mas então, tenho uma recaída, as dores voltam, e com elas, bate o desânimo.
Meus familiares talvez esperassem, que com a mudança drástica que fiz em minha vida, eu sarasse do dia para a noite! Mas creio que o processo de cura leva tempo! É lento... Não se dá assim, tão rapidamente!  O que eu espero deles, é paciência.
E o que eu espero de mim é fé, garra, ânimo: forças para levantar da cama, mesmo com todo desânimo que às vezes quer me abater!
Não foi fácil tomar a decisão que tomei... pensei por anos! Tive dúvidas, entrei em crise! Até o último dia, me senti insegura...
Estava à caminho para assinar a papelada, e até o último minuto senti-me atribulada. Mas à partir do momento em que entrei e me deparei com os papeis, todas as minhas dúvidas foram embora. E Deus me deu a certeza naquele momento, que aquela era a decisão que eu tinha que tomar! Que seria o  melhor pra mim!
Essa decisão não foi impensada,  foi amadurecendo ao longo do tempo... Não foi precipitada como alguns que me conhecem - pensaram. 
Não foi movida pela dor, simplesmente! Comecei à pensar lá atrás, há muito tempo...
Certo dia assisti à uma entrevista num programa matinal -  de uma escritora que largou o seu emprego num banco concursado, e com pouco tempo para se aposentar – para somente escrever e fazer o que gostava!
Na época, eu achei loucura da parte dela! Ainda mais, faltando tão pouco tempo para a aposentadoria. Mas aquilo ficou em minha mente, e ainda assim, admirei-a pela coragem!
Numa outra ocasião, eu e meu marido fomos comprar um pacote turístico numa agência de viagens, e por coincidência, uma colega nossa da faculdade foi quem nos vendeu o pacote. Ela trabalhava lá há muitos anos, era irmã da dona da agência.
Na época, ela nos disse, que aquele, provavelmente seria o último pacote de viagens que ela iria nos vender, pois ela estava saindo agência. 
Que estava muito estressada e que precisava mudar de profissão. E tinha feito um curso, e que iria mudar o rumo de sua vida!
Aí perguntamos com o que ela iria trabalhar: para nossa surpresa, ela nos disse que havia feito um curso de manicure e iria trabalhar num salão. E também atender à domicílio.
Confesso que fiquei surpresa, pois seria uma mudança e tanto! E convenhamos, que uma profissão não tem nada a ver com a outra! Nós lhe desejamos felicidades e sucesso em sua nova profissão, e não tivemos notícias dela por algum tempo.
Passados alguns meses, o marido dela foi descontar um cheque na agência em que eu trabalhava. Então perguntei como ela estava, se estava feliz com a mudança.
E a resposta dele foi mais ou menos assim: - Olha, Adelisa! Ela está super-feliz, realizada! É outra mulher! Até com relação ao nosso casamento, ela melhorou!
Fiquei feliz em saber, e fiquei pensando na coragem que ela teve em fazer uma mudança tão drástica – mas necessária!
E aquilo me marcou, e não saiu mais de minha cabeça... Pois há muito tempo eu me sentia como ela, mas nem cogitava em fazer uma mudança tão significativa em minha vida!
O emprego em que eu estava, era o que eu havia sonhado por muitos anos. Minha vida estava estável financeiramente.   Só que eu não me sentia feliz há muito tempo!
Quem consegue se sentir feliz sentindo dor o tempo inteiro? E como já disse, as dores desencadeiam outros males: no campo emocional,  psicológico.
Pois bem: saí de férias, e quando estava pra voltar tirei uma licença por motivos de saúde. Fiquei quatro meses em casa de licença, e em vez de melhorar, fui piorando, pois o nosso sistema de saúde é cruel! Eles fazem de tudo para que a pessoa volte à trabalhar - mesmo que a olhos vistos esteja "morrendo"!  Ainda que não estejam bem e em condições! Passei por perícias e mais perícias!  Eles dificultam ao máximo todos os trâmites, é uma burocracia terrível! E todo mundo está apto à voltar a trabalhar!
Então, nesse meio tempo resolvi sair!
Certo dia li uma frase que me tocou: “Às vezes precisamos abandonar a vida que havíamos planejado, porque não somos mais a mesma pessoa que fez aqueles planos...”.
Esta frase, de repente definiu tudo o que estava sentindo há um bom tempo!
Aquele não era mais o meu lugar! E realmente, eu não era mais a pessoa que havia feito aqueles planos!
No entanto, vieram as dúvidas: como seria o meu dia a dia, depois que parasse de trabalhar? 
E ao mesmo tempo, chegavam as respostas: no meu dia a dia, eu teria mais tempo para cuidar de mim, da minha saúde. Para cuidar do meu filho, passar mais tempo com ele...
E a parte financeira mudaria sim: eu teria que comer menos fora, comprar menos coisas, economizar um pouco aqui e ali... Mas quem disse que precisaríamos de tudo aquilo que estávamos consumindo?
Um bom exemplo foi a minha última viagem de férias: ficamos num hotel cinco estrelas, fizemos quase todos os passeios. Comemos do bom e do melhor, mas em todos os dias, eu tive dor! Em todos eles - tive que tomar medicamentos pra conseguir levantar no outro dia...
Eu me perguntei: - Isso é vida? Vale a pena tudo isso?
 E além de todos os problemas de saúde -  a falta de tempo para me cuidar e cuidar da minha família, era constante. E isso me angustiava - estava acabando comigo!
A decisão foi difícil, mas no dia em que se concretizou -  foi como se eu tivesse tirado um peso enorme de minhas costas! 
Eu carregava um fardo havia muito tempo! E de repente me senti leve...
Não vou dizer que estou cem por cento desde então.
Hoje mesmo estava desanimada, com as “benditas” dores que me assolam. Mas levantei, fiz um café e estou aqui escrevendo.
Nesse meio tempo tive momentos bem felizes também: posso agora levar meu filho às aulas de natação. Fico com ele boa parte da manhã... 
Fiz os ovos de páscoa da criançada, este ano. E ficaram lindos! Me senti realizada!
Tenho mais tempo para ficar com meus netinhos, minha filha mais velha. Meu marido não anda tão sobrecarregado, como antes!
Aos poucos as coisas vão entrando nos eixos!
Quando estou bem faço coisas que me dão prazer: cozinhar e fazer doces para aqueles que eu amo -  me deixa extremamente feliz!
Costurar, fazer artesanato. Pintar CDs com esmalte de unhas e transformá-los em móbiles... Cuidar das minhas plantinhas suculentas...
São tantas coisas que me dão prazer, e que eu não conseguia mais fazer por absoluta falta de tempo!
Parando para pensar, chega a ser engraçado: de vez em quando minha vida dá essas “piruetas” de 180 graus! Fui dona de casa por dezessete anos, voltei ao mercado de trabalho e trabalhei mais dezessete! Agora, depois de uma outra “pirueta” voltei a ser dona de casa!
E no momento estou numa espécie de “aposentadoria”. Não sei ainda o que vou fazer do meu futuro: se vou escrever mais, fazer bolos ou artesanato, pra vender. Dar aulas. Ou prestar algum concurso!
Meu futuro está nas mãos de Deus!
Em primeiro lugar, vou me cuidar! Pois a analogia que fiz da minha vida com aquela plantinha, parece exagerada, mas é extremamente verdadeira! Era exatamente assim que eu me sentia...
Ainda serão necessárias muitas “regas” e muito cuidado, pra que eu "arribe" e me coloque de pé completamente!
Com a graça de Deus, tenho fé em Jesus que ficarei bem!
E... continuarei caminhando e recomeçando, sempre!

“Não é tarde para se sonhar
O céu ainda é azul, há esperança
É só olhar no olhar de uma criança
No sorriso de uma mãe que deu à luz
...
Não é não
Minha força vem de um Deus que faz milagres
Minha fé está além do impossível
Minha esperança viva está
Meu coração não quer parar
Pois nunca é tarde, não é tarde para se sonhar”.
                                                                  Fernanda Brum
*Texto escrito em 18/04/2018.