Quando o
assunto é Adoção - confesso que sou uma entusiasta!
Amo falar
sobre o assunto! Sou membro de vários grupos sobre adoção.
Gosto muito de
ler as histórias, as expectativas dos pais até a chegada dos filhos... O
período de convivência.
E também, de
contar a minha história: pois através dela, algumas pessoas têm lançado um
outro olhar sobre a adoção.
Como maio é o
mês da adoção – todos estão compartilhando suas histórias.
E há alguns
dias atrás, eu publiquei a nossa história em um dos grupos. Através dela, eu
recebi o seguinte comentário:
“Linda história... me
emocionei... Estou na espera também há dois anos e 10 meses... também aumentei
a idade e agora também mais 1 irmão... Meu
perfil 0 a 4 anos e 1 irmão até 7 anos. Deus sabe a hora e o dia. Mas sua
história me deu mais esperança... Beijos, que Deus abençoe”.
Como me alegra
o coração, saber que ao contar a minha história, pude levar um pouco de
esperança à essa mãe que espera seu(s) filho(s)!
Como me alegro
quando vejo alguma postagem assim: “Meu telefone tocou!”.
Pra quem está
na espera, esse dia é como um teste positivo de gravidez!
Só que pra nós
- mães e pais do coração - vem primeiro a espera: que às vezes dura meses,
anos... Até que o telefone toca!!
E aí começa a
outra etapa: a do “nascimento” dos nossos filhos, assim que os conhecemos! ❤
São muitas
emoções em todo esse processo de espera, conhecimento, amor... Por isso eu amo
ler e saber de histórias de adoção!
E assim como
aconteceu com essa mãe que leu a minha história, aconteceu também com um casal
que conhecemos numa viagem há quase dois atrás.
Hoje eles estão no
CNA esperando seu filho(a). E o fato de ter nos conhecido, ajudou-os a tomar a
decisão de adotar. E saber disso é mais um motivo para o meu coração se
alegrar...
...
Ainda falando adoção,
vou contar também, uma lembrança que tive ao ler uma postagem
em um grupo de adoção:
Um
pai se sentiu enciumado, por seu filho chamar a responsável da família
acolhedora, de “mãe”. Na postagem ele diz que ficou com ódio, quando foi
buscá-lo!
Apesar de
muitos o terem condenado por esse sentimento; eu creio que usou a palavra,
como força de expressão.
Na verdade, o
que ele deve ter sentido, foi ciúmes, não ódio!
E o entendo
perfeitamente, pois nós, pais e mães do coração temos sentimos contraditórios,
que - depois, parando para pensar-, chegam à ser engraçados!
Quando eu
conheci o meu filho, eu o conheci numa terça-feira. Durante toda a semana, eu
ia todos os dias, de manhã e à tarde, para vê-lo, e fazer a adaptação: dava
mamadeira, banho, trocava fraldas, e etc.
No sábado fui
informada que no domingo, não poderíamos visitá-lo, pois a psicóloga
responsável iria levá-lo a um churrasco na casa dela, com as funcionárias do
abrigo.
Confesso, que
eu e meu marido sentimo-nos indignados! Como não poderíamos vê-lo no domingo?
E ainda iriam
levá-lo à um churrasco? Ele, um bebezinho ainda! E se acontecesse alguma coisa?
Não pensamos
racionalmente: que até então, ele havia sido cuidado por elas! E diga-se de
passagem, muito bem!
Na segunda,
para nossa surpresa, fomos informados que o juiz havia expedido a guarda
provisória, e ele viria pra casa! E elas, como já estavam sabendo que isso
poderia ocorrer – fizeram um churrasco pra se despedirem dele... ❤
Senti-me um
pouco envergonhada pelo meu ciúme. No entanto fiquei surpresa, ao me dar conta
da dimensão do Amor que eu sentia por ele, em menos de uma semana!
Na verdade,
como eu sempre digo: o Amor “brotou” em meu coração, no dia em que eu o
conheci... ❤
É inexplicável
como nasce esse sentimento! É “coisa” de Deus, mesmo!
...
O tempo
passou...E o meu Pitico cresceu, e já está com 8 anos!
Outro dia
assistindo à uma novela, ele viu uma mulher grávida, com um barrigão. E ao
conversar com ele, lembrei-o de que ele nasceu em meu coração.
Então, ele
olhou pra mim pensativo, e me disse:
- Se eu nasci
no seu coração, então eu estava na barriga de outra mãe?
Aí eu
expliquei pra ele:
- Não! Você
estava na barriga de outra mulher. A sua mãe sou eu! E por isso, você nasceu no
meu coração! Lembra que eu te contei? 😊
E ele saiu
satisfeito com a resposta. À partir desse dia, eu percebi que ele já está
começando a entender o real significado, do que é “nascer no coração”!
Na semana
passada, eu estava imprimindo alguns desenhos de um livrinho infantil que
escrevi sobre a nossa história. Ele olhou para os desenhos, e disse para mim e
meu marido:
- Essa é a
minha história! Sabia pai,
que eu estava na barriga de outra mulher? Depois de um tempo, você e a
minha mãe foram me buscar, lá naquela casinha? Então, eu
nasci no coração de vocês... Né, mãe?
Nós nos olhamos,
olhamos pra ele e sentimos tanto Amor! ❤
E que
felicidade sentimos, ao constatarmos que ele está crescendo, e assimilando tudo
descomplicadamente. Sem encucações ou neuras!
Bem, acho que
já escrevi demais!
Hoje quis
compartilhar um pouco dos meus sentimentos e do nosso dia a dia.
Pra
finalizar - nesse dia da Adoção -, compartilho novamente com vocês, um
texto que escrevi no ano passado.
Só posso dizer
– como já disse inúmeras vezes - que a adoção é uma benção e um privilégio!
Amo você meu
filho! ❤
E eu Amo ser
Mãe do coração... ❤❤
Texto escrito em 09/11/2018
Hoje, no dia
Mundial da Adoção, eu estou aqui sentada – apesar de ter mil coisas pra
fazer ☺-, relembrando como me tornei mãe do coração...❤
Aos quarenta e
dois anos descobri que havia entrado na menopausa, um pouco precocemente. E
justamente, quando estava tentando engravidar...
Na época encarei essa
situação, como encaro tudo em minha vida: aceitei a notícia confiando que Deus
estava no comando de nossas vidas!
Várias pessoas
sugeriram-me que fizesse algum tratamento, já que a medicina anda muito
avançada! Mas eu não quis forçar a minha natureza.
Não sou contra
esse tipo de tratamento, mas particularmente, não encarei como uma opção.
Eu já havia
experimentado a maternidade em meu primeiro casamento. Na época não tive
problemas em engravidar. Hoje minha filha já está adulta e me deu dois netinhos
lindos... ❤
Como já escrevi anteriormente –
logo de início pensei na possibilidade da adoção. Mas o meu marido se sentia
inseguro. E eu não quis pressioná-lo.
O tempo passou
– aproximadamente um ano. E como Deus sabe de todas as coisas, Ele permitiu esse
tempo, para que a ideia e o desejo fossem amadurecendo em nossos
corações...
Meu marido
ligava a TV e lá estava passando uma reportagem sobre adoção. À
princípio ele assistia sozinho. Depois foi ficando animado e me chamava, toda
vez que via algum programa com o tema!
Até que um
belo dia, ele chegou pra mim e me disse que queria adotar! E lá fomos nós ao
fórum pra nos informarmos! Providenciamos tudo e entramos na fila do CNA. Foram
dois anos e meio de uma longa espera...
- Quando
decidimos adotar um filho temos que estar absolutamente seguros de nossa
escolha. Pois o preconceito existe: entre familiares, amigos; em pessoas que
menos se espera! Você ouve os mais variados tipos de comentários, tais como:
“- Nossa! Você
tem muita coragem! Eu nunca teria coragem de adotar! Porque tem a genética, e
você não poderá saber que tipo de “pais” ele tinha, e o que poderá se tornar!”.
Ou: -
“Ainda bem que ele veio bebezinho! Porque uma criança maior daria mais trabalho
para se adaptar. E não seria a mesma coisa...”.
E nesses comentários
desagradáveis, podemos sentir o preconceito das pessoas sobre o assunto! Ainda
hoje, eu ouço essas coisas... Esses tipos de comentários são totalmente desnecessários, e
eu rebato, respondendo:
- Por
acaso a biologia dita o caráter de uma pessoa?
- Meu filho,
quando chegou, era sim um bebezinho! Na verdade, eu esperava uma criança maior,
entre um e cinco anos. Mas Deus quis escrever a nossa história, de uma maneira
diferente da que havíamos planejado: e meu filho chegou com apenas dois meses!
Quando
esperava meu filho, eu estava pronta pra Amar, quer ele viesse com um, quatro
ou cinco anos! Ainda que estivesse maltratado, e nem bonito fosse!
Na verdade eu
esperava uma criança assim: tanto que preveni o meu marido de que isso poderia
acontecer!
E então...
nosso filho chegou: um bebê gorduchinho, lindo e sorridente! Mas eu não o
amei mais por isso!
Amei-o desde o
primeiro momento - simplesmente porque ele, a partir de então, era o meu filho!
Hoje ele tem
sete anos e sabe que nasceu em nossos corações... ❤
Encara o
assunto com naturalidade. Não sei se entende ainda o real significado de tudo!
O que sei é que é feliz e desencanado com o assunto!
Eu amo falar
sobre a nossa história! Nunca quis que fosse um tabu para ele.
Falamos com nosso filho desde muito pequeninho...
E algumas
vezes, através da nossa história – incentivamos outros casais à adotar.
O que posso
falar - é que sou mãe biológica e do coração.
Amo meus dois
filhos com a mesma intensidade! E posso falar por experiência de causa, que não
existe diferença nenhuma no Amor que sinto por ambos.
E sabem por
quê? Porque um filho nasce primeiramente em nossa alma, nasce lá no âmago do
nosso ser! Independentemente de ter sido gerado no ventre ou no coração...
A única coisa
que é imprescindível ter para ser mãe ou pai... é Amor! É ter apenas capacidade
de Amar!
É uma bênção
que Deus concede a todos!! Basta querer e se entregar incondicionalmente a esse
Amor... ❤
Quem adota com
responsabilidade e amor, certamente muda a vida de uma criança para melhor!
Por outro
lado, essas crianças, mudam totalmente as nossas vidas também!
Somos “adotados” quando
olhamos para aqueles olhinhos pela primeira vez... E nesse belo dia, as
dúvidas, transformam-se em certezas, e Deus testifica em nossos corações, que
ali, naquele momento, encontramo-nos diante de nosso filho!
E hoje, no Dia
Mundial da Adoção, eu oro e glorifico a Deus pela vida do meu filho!
Agradeço pela
benção e pelo privilégio de ser Mãe do Coração!
E digo e reafirmo,
que o que realmente importa nessa vida - é o Amor! ❤
“Não habitou meu ventre, mas
mergulhou nas entranhas da minha alma.
Não foi plasmado do meu sangue,
mas alimenta-se no néctar de meus sonhos. Não é fruto de minha hereditariedade,
mas moldar-se-á no valor de meu caráter.
Se não nasceu de mim, certamente
nasceu para mim”.
Este texto é uma compilação de
alguns trechos, de textos que escrevi sobre o assunto, e que expressam a minha
emoção de ser Mãe do ❤.
Link do blog/marcador “Adoção”: