O que realmente importa...

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São Paulo, Brazil
Cheguei ao final do ano de 2009 totalmente estressada e esgotada devido as preocupações do dia-a-dia, com trabalho, estudo, e etc. Na verdade, eu não tinha nenhum problema específico. Apenas, era pessoa ansiosa e preocupada demais com o dia de amanhã. Mas como está na palavra de Deus: "...basta a cada dia o seu mal". Eu precisei passar por um sofrimento muito grande, pra enxergar que na verdade, as minhas preocupações, as minhas ansiedades não mereciam as noites de sono mal dormidas, a depressão que estava querendo tomar conta de mim! Sem querer negligenciar todo resto, eu aprendi que nada nesta vida tem realmente importância, a não ser, a vida daqueles que amamos...estes sim, são o que realmente têm importância em nossa vida... Eu tenho uma filha e um marido maravilhosos, que eu Amo, e que são bençãos que Deus me deu! Eu tenho familiares maravilhosos que eu Amo muito... E tenho amigos maravilhosos que amo muito também...Enfim, tanto pra agradecer ao Senhor! Mas só depois que eu perdi a minha amada sobrinha Júlia, foi que tive a real dimensão da importância de todos eles em minha vida! Todos eles são o que realmente importa pra mim! Todo o restante é secundário...07/2010

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sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Crônicas da quarentena... VII

          Hoje faz 228 dias, ou mais de 7 meses, que estamos de quarentena. E eu estou aqui, mais uma vez, escrevendo a minha sétima crônica da quarentena.

É interessante: ao reler as anteriores, pude relembrar de tudo o que aconteceu, desde que o mundo foi assolado por esse vírus desconhecido. Pude relembrar o pânico frente ao desconhecido, as reações que tivemos, no início. A insegurança, a perplexidade, a tristeza diante do isolamento e afastamento de nossos entes queridos!

Talvez alguns se perguntem, se não me canso de escrever sobre o assunto... Na verdade, não! É bom registrar tudo, para no futuro, recordar; e se for o caso, não cometer os mesmos erros!

Hoje, estamos na fase verde. Essa fase foi decretada há algumas semanas. As mortes e novos casos diminuíram aqui no Brasil. Porém, na Europa, os casos estão aumentando novamente, e todos temem, por uma segunda onda!

Apesar, de aqui ter sido decretada a fase verde, a pandemia continua -ceifando vidas e adoecendo muitos, ainda. Temo que a mudança, possa ser uma mera decisão política, pois as eleições se aproximam.

Ainda assim, agradeço a Deus, pois temos mais liberdade! Saímos de vez em quando, com todos os cuidados que o momento requer.

Entretanto, o que me desanima e me preocupa - é que muitas pessoas acreditam, que não precisam mais continuar tomando, os devidos cuidados. Não enxergam - que o momento atual requer cuidados, sim! O contágio pelo vírus não acabou, e a vacina ainda não chegou! Só nos sentiremos seguros, quando todos estiverem imunizados!

Ao contrário do que muitos pensam – a imunidade não vem, depois que se contrai a doença. Continuamos suscetíveis, e ainda pior: se contrairmos novamente, podemos transmitir novamente, também...

E mesmo com tudo isso acontecendo, o que ainda se vê, são aglomerações e mal exemplo - de autoridades que deveriam ser as primeiras à conscientizar a população, e dar o exemplo!

Confesso que usar máscara incomoda. Dá falta de ar... Muitas vezes, me sinto sufocada! Mas seu uso é necessário! Para nos protegermos e protegermos o nosso próximo. Então, me pergunto: pra quê tanta teimosia em usá-la?

Na semana passada, ao me deparar com tantas coisas erradas em notícias e mídias sociais, confesso que me senti triste, estressada... Às vezes dá um “canseira” de ver tanta coisa errada! No entanto, temos que seguir em frente, apesar das circunstâncias.  

E falo aqui, daquilo que acredito e que acho correto.

...

Agora: pensando de maneira positiva sobre essa quarentena...

Como já disse certa vez, volto à repetir: passei à valorizar tantas coisas, que antes me passavam desapercebidas!

Há algumas semanas, lembro-me que acordei tão feliz... Simplesmente porque estava chovendo! E na verdade, eu nem gosto de chuva!

Mas com a seca, e o calor quase insuportável que havia feito nas semanas anteriores - aquela chuvinha caiu como um refrigério! Glorifiquei a Jesus! Com ela, pudemos ter um pouco de "refresco", pois a temperatura naqueles últimos dias, estava ultrapassando os 40º!  

É engraçado como somos contraditórios, e somos confrontados por essas nossas mesmas contradições: na maioria das vezes, nós somente damos valor à certas coisas, quando nos sentimos privados, em poder usufruí-las!

Assim - é também com a nossa liberdade -  que na verdade, na maioria das vezes, nos passava desapercebida...

Como exemplo, posso citar um parque que tem aqui, pertinho da minha casa: ele sempre esteve lá, pertinho... Mas nem nos lembrávamos dele, com a correria do dia a dia! Precisamos desses dias de quarentena e isolamento, para enxergarmos toda a beleza que ali reside! Nas tardes em que lá caminhamos, sentimo-nos como se estivéssemos em um oásis, em meio ao deserto de nossos dias!

Tenho refletido também (novamente) - à respeito da importância das coisas, nesses dias tão atípicos... Olho para as minhas inúmeras roupas, colares (que sempre gostei muito), sapatos, e etc. E vejo como algumas coisas se tornaram supérfluas: simplesmente, porque não tenho mais, quase, aonde usá-las!

Entretanto, apesar dos inúmeros tropeços, e de um certo desânimo que às vezes teima em brotar em meu coração, sigo meus dias, com a fé e a esperança – sendo renovadas à cada manhã.

Aguardando ansiosamente, por dias melhores - que se Deus quiser, hão de vir!

“Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada.” 

Romanos 8:18           

terça-feira, 6 de outubro de 2020

Cozinha e afeto...💕


- Vovó! Porque você só faz bolo chique??  Foi essa, a pergunta que a minha netinha me fez, quando inventei de fazer “biquinhos” de chantilly, em cima dos pedaços de bolo de maçã, que eu iria servir pra eles, no café da tarde!

Expliquei-lhe que meus bolos não são chiques: apenas gosto de torná-los bonitos, para eles (todos aqui de casa)!

Hoje me deu vontade de escrever sobre “Cozinha e afeto”. Ou “Comida afetiva”.

Minha irmã Ricardina, me sugeriu o tema, há algum tempo atrás.  Sempre digo, que ela é minha “revisora” – na maioria das vezes, envio meus textos para ela ler e dar sua opinião! Ou, até para encontrar algum erro, que me passou desapercebido. É minha conselheira também: muitas vezes me alerta, quando falo demais... E, além de tudo isso, também me dá sugestões de temas!

E ao pensar em “Cozinha e afeto”, penso que o tema tem muito à ver comigo! Gosto muito de cozinhar e fazer doces, para aqueles que eu amo! Me sinto realizada, ao fazer pães, bolos ou doces, para a minha família: meu filho, minha filha, meu marido, meu netos... E amo compartilhar minhas receitas!

Lembro-me também, da minha outra irmã, a Lur: que sempre gostou de cozinhar, e faz receitas deliciosas!  Quando vamos comer em sua casa, sempre sai um banquete: com suas tortas, carnes dos mais variados tipos, risotos... É sempre aquela fartura!

Cozinha com Afeto ou Comida Afetiva desperta em todos nós, quase que invariavelmente, a sensação de afeto genuíno e amor.

E também, os gatilhos de memória ou sensações, que ficaram esquecidas em nosso passado, e que muitas vezes, nos remetem à nossa infância!

Eu por exemplo, tenho muitos desses “gatilhos”! 

Se eu puxar pela memória, lembro-me nitidamente dos bolinhos de arroz que a minha mãe fazia, quando eu era criança! Eram deliciosos, cheios de orégano, cheiro-verde e queijo; como só ela sabia fazer!

Lembro-me também, das broinhas de fubá que ela fazia, e moldava na xícara, chacoalhando-as!  Das fatias douradas (um doce feito com pão amanhecido), do mingau de maisena ou farinha de milho. Da pizza borrachudinha, feita na forma Fulgor. Da "roupa velha" - que na verdade, era uma gororoba feita com sobras de arroz e feijão, linguiça e farinha de milho - e ficava um delícia! Tinham os ovos quentes, comidos na casca - que hoje, eu não tenho mais coragem de comer... 

Outro dia aqui em casa, lembramos da sopinha de café com leite - e hoje, até meu filho e meu marido, comem no café da manhã!

Lembro-me da estufa do fogão, da casa da minha Vó Elisa: eu chegava, e ia direto ver na estufa, se tinham sobrado sardinhas fritas, do almoço... Eu amava!

Lembro-me dos doces de laranja em calda, que a minha avó Adelaide fazia... Dos quitutes deliciosos, que ela e a Tia Aparecida, faziam...

Lembro-me também, dos aniversários da minha amiga Sofia: e das esfihinhas, do cuscuz e o pudim creminho, que a D. Cidinha fazia...

Todas essas memórias, e muitas outras mais - de comidas simples, sem sofisticação -  remetem-me à minha infância, trazendo uma sensação gostosa: de conforto e aconchego!

E quando eu cozinho, ou faço meus bolos “chiques”, como disse minha netinha - eu não estou colocando apenas ingredientes palpáveis, como a farinha, o açúcar e o leite condensado: coloco também, todo o meu carinho e amor. 

Talvez, eu faça isso, meio que inconscientemente, para que, ao comerem, ou lembrarem dos meus quitutes - lembrem-se também, automaticamente, do amor que sinto por eles...💕 

Como disse, Mia Couto: “[...] Cozinhar não é serviço. Cozinhar é um modo de amar os outros ...”.  

Link do blog de receitas: https://byadelisa.blogspot.com/