“Conte e reconte sempre sua história, que com certeza vai ajudar a muitos candidatos pais adotivos à sentirem confiança em entregar suas vidas, aos desígnios do Criador. E assim acabarem encontrando aquela vida que se inicia - e que mesmo às vezes, sem saber, está ansiosamente à espera deles.
Se sequer sabemos o dia de amanhã, que
dizer do futuro distante!!! Nesta vida tudo passa! Mas a palavra impressa é
duradoura como um pensamento ou sentimento que se materializa.
Quando, num instante qualquer do futuro, alguém topar com seu trabalho e nele se inspirar à concretizar uma adoção - mesmo que isso aconteça uma única vez -, terá recuperado uma vida incerta para o caminho de uma família; e apenas por esta vez, todo seu trabalho terá valido a pena!”.
Sempre me lembro desse comentário, de um grande amigo meu, que já se foi... E hoje estou aqui novamente, relembrando e recontando a minha história - para o Dia Nacional da Adoção!
Há mais ou menos uns 14
anos atrás, a Adoção começou a fazer parte de nossas vidas.
Aos quarenta e dois anos
descobri que havia entrado na menopausa, um pouco precocemente. E justamente,
quando estava tentando engravidar...
Várias pessoas
sugeriram-me que fizesse algum tratamento. Mas eu não quis forçar a minha
natureza. Não sou contra esse tipo de tratamento, mas particularmente, não
encarei como uma opção pra mim.
Eu já havia
experimentado a maternidade em meu primeiro casamento. Na época não tive
problemas em engravidar. Hoje minha filha já está adulta e me deu dois netinhos
lindos...
Como já escrevi
anteriormente – logo de início pensei na possibilidade da adoção. Mas o meu
marido se sentia inseguro. E eu não quis pressioná-lo.
O tempo passou –
aproximadamente um ano. E como Deus sabe de todas as coisas, Ele permitiu esse
tempo, para que a ideia e o desejo fossem amadurecendo em nossos
corações...
Meu marido ligava a TV e lá estava passando uma reportagem sobre adoção... A princípio, ele assistia sozinho. Depois foi ficando animado e me chamava, toda vez que via algum programa com o tema!
Até que um belo dia, ele
chegou pra mim e me disse que queria adotar! E lá fomos nós ao fórum, para nos
informarmos! Providenciamos tudo e entramos na fila do CNA. Foram dois anos e
meio de uma longa espera...
- Quando decidimos
adotar um filho temos que estar absolutamente seguros de nossa escolha. Pois
ouviremos coisas desagradáveis, e muitas pessoas tentarão nos dissuadir a mudar
de ideia. O preconceito existe: entre familiares, amigos; em pessoas que menos
se espera!
Você ouve os mais
variados tipos de comentários, tais como:
“- Nossa! Você tem muita
coragem! Eu nunca teria coragem de adotar! Porque tem a genética, e você não
poderá saber que tipo de “pais” ele tinha, e o que poderá se tornar!”.
Ou: - “Ainda bem
que ele veio bebezinho! Porque uma criança maior daria mais trabalho para se
adaptar. E não seria a mesma coisa...”.
E nesses comentários
desagradáveis, podemos sentir o preconceito das pessoas sobre o assunto!
Ainda hoje, depois de
muitos anos, de vez em quando ouço esse tipo de coisa... Comentários
totalmente desnecessários, e eu rebato, respondendo:
- Por acaso a biologia
dita o caráter de uma pessoa?
- Meu filho, quando
chegou, era sim um bebezinho! Na verdade, eu esperava uma criança maior, entre
um e cinco anos. Mas Deus quis escrever a nossa história, de uma maneira
diferente da que havíamos planejado: e meu filho chegou com apenas dois meses!
Quando esperava meu
filho, eu estava pronta pra Amar, quer ele viesse com um, quatro ou cinco
anos! Eu esperava uma criança maltratada, magrinha. Ou que nem fosse
bonita... Tanto que preveni o meu marido de que isso poderia acontecer!
E então, nosso filho
chegou: um bebê gorduchinho, lindo e sorridente! Mas eu não o amei mais por
isso!
Amei-o desde o primeiro
momento - simplesmente porque ele, a partir de então, era o meu filho!
Hoje ele é um pré-adolescente,
e sabe que nasceu em nossos corações...
Encara o assunto com
naturalidade. Tem até um certo orgulho quando o assunto é a adoção! Ele tem
consciência de como a Adoção foi uma benção em nossas vidas!
Eu amo falar sobre a
nossa história! Nunca quis que fosse um tabu para ele. Falamos com nosso
filho desde muito pequenininho...
Algumas vezes, através
da nossa história – incentivamos outros casais a adotar. E cada vez que isso acontece,
o meu coração se aquece e se alegra!
E talvez pelo fato de eu
escrever e falar sobre o assunto há muitos anos - o meu nome deve estar
associado a adoção.
É interessante - mas
quase toda semana, alguém me escreve pedindo informações sobre como adotar! E
de vez em quando, algumas mães me escrevem pedindo informações sobre como fazer
a entrega.
Encaro isso como
uma missão, e sempre procuro orientá-las da melhor forma possível e de maneira
legal!
Sou mãe biológica e do
coração. Amo meus dois filhos com a mesma intensidade! E posso falar por
experiência de causa, que não existe diferença nenhuma, no Amor que sinto por
ambos.
E sabem por quê? Porque
a maternidade se dá em primeiro lugar, pelo Amor!
Um filho é filho -
independentemente de ter sido gerado no ventre ou no coração...
A única coisa que é
imprescindível ter para ser mãe ou pai... é Amor! É ter apenas a capacidade de
Amar!
É uma bênção que Deus
concede a todos, sem distinção! Basta querer e se entregar incondicionalmente a
esse Amor...
Quem adota com
responsabilidade e amor, certamente muda a vida de uma criança para
melhor! Por outro lado - essas crianças, mudam totalmente as nossas vidas,
também!
Somos “adotados” quando
olhamos para aqueles olhinhos pela primeira vez... E nesse belo dia, as
dúvidas, transformam-se em certezas, e Deus testifica em nossos corações, que
ali, naquele momento, encontramo-nos diante de nosso filho(a)!
E hoje, no Dia Nacional
da Adoção, eu agradeço mais uma vez a Deus, pela vida do meu filho!
Agradeço pela benção e
pelo privilégio de ser Mãe do Coração!
E digo e reafirmo, que o
que realmente importa nessa vida - é o Amor!
"Não habitou meu ventre, mas mergulhou nas
entranhas da minha alma.
Não foi plasmado do meu sangue, mas alimenta-se no
néctar de meus sonhos. Não é fruto de minha hereditariedade, mas moldar-se-á no
valor de meu caráter.
Se não nasceu de mim, certamente nasceu para mim”. 💗
P.s.: o texto acima foi escrito com a
compilação de vários outros textos, que escrevi sobre a Adoção.
Linda sua história muito parecida com a minha, também entrei pensando numa criança maior e recebi um bebe, coisas de Deus, mas ainda terei outros filhos do ❤
ResponderExcluir