- Vovó! Porque você
só faz bolo chique?? Foi essa, a pergunta que a minha netinha me fez,
quando inventei de fazer “biquinhos”
de chantilly, em cima dos pedaços de bolo de maçã, que eu iria servir pra
eles, no café da tarde!
Expliquei-lhe que
meus bolos não são chiques: apenas gosto de torná-los bonitos, para
eles (todos aqui de casa)!
Hoje me deu vontade
de escrever sobre “Cozinha e afeto”. Ou “Comida afetiva”.
Minha irmã
Ricardina, me sugeriu o tema, há algum tempo atrás. Sempre digo, que
ela é minha “revisora” – na maioria das vezes, envio meus textos para ela ler e
dar sua opinião! Ou, até para encontrar algum erro, que me passou
desapercebido. É minha conselheira também: muitas vezes me alerta, quando falo demais...
E, além de tudo isso, também me dá sugestões de temas!
E ao pensar
em “Cozinha e afeto”, penso que o tema tem muito à ver
comigo! Gosto muito de cozinhar e fazer doces, para aqueles que eu amo! Me
sinto realizada, ao fazer pães, bolos ou doces, para a minha família: meu
filho, minha filha, meu marido, meu netos... E amo compartilhar minhas
receitas!
Lembro-me também,
da minha outra irmã, a Lur: que sempre gostou de cozinhar, e faz receitas
deliciosas! Quando vamos comer em sua casa, sempre sai um banquete:
com suas tortas, carnes dos mais variados tipos, risotos... É sempre aquela
fartura!
A Cozinha com
Afeto ou Comida Afetiva desperta em todos
nós, quase que invariavelmente, a sensação de afeto genuíno e amor.
E também, os gatilhos de
memória ou sensações, que ficaram esquecidas em nosso passado, e que
muitas vezes, nos remetem à nossa infância!
Eu por exemplo,
tenho muitos desses “gatilhos”!
Se eu puxar pela
memória, lembro-me nitidamente dos bolinhos de arroz que a minha mãe fazia, quando
eu era criança! Eram deliciosos, cheios de orégano, cheiro-verde e queijo; como
só ela sabia fazer!
Lembro-me também, das
broinhas de fubá que ela fazia, e moldava na xícara, chacoalhando-as! Das
fatias douradas (um doce feito com
pão amanhecido), do mingau de maisena ou farinha de milho. Da pizza borrachudinha,
feita na forma Fulgor. Da "roupa velha" - que
na verdade, era uma gororoba feita com sobras de arroz e
feijão, linguiça e farinha de milho - e ficava um delícia! Tinham os ovos
quentes, comidos na casca - que hoje, eu não tenho mais coragem de comer...
Outro dia aqui em
casa, lembramos da sopinha de café com leite - e hoje, até meu filho e meu
marido, comem no café da manhã!
Lembro-me da estufa
do fogão, da casa da minha Vó Elisa: eu chegava, e ia direto ver na estufa, se
tinham sobrado sardinhas fritas, do almoço... Eu amava!
Lembro-me dos doces
de laranja em calda, que a minha avó Adelaide fazia... Dos quitutes deliciosos,
que ela e a Tia Aparecida, faziam...
Lembro-me também,
dos aniversários da minha amiga Sofia: e das esfihinhas, do cuscuz e o pudim
creminho, que a D. Cidinha fazia...
Todas essas
memórias, e muitas outras mais - de comidas simples, sem sofisticação -
remetem-me à minha infância, trazendo uma sensação gostosa: de conforto e
aconchego!
E quando eu
cozinho, ou faço meus bolos “chiques”, como disse minha netinha -
eu não estou colocando apenas ingredientes palpáveis, como a farinha, o açúcar
e o leite condensado: coloco também, todo o meu carinho e amor.
Talvez, eu faça
isso, meio que inconscientemente, para que, ao comerem, ou lembrarem dos
meus quitutes - lembrem-se também, automaticamente, do amor que
sinto por eles...💕
Como disse, Mia
Couto: “[...] Cozinhar não é serviço. Cozinhar é um
modo de amar os outros ...”. ❤
Adelisa♥️Que texto lindo❣️Amei❣️❣️❣️A memória afetiva ♥️que a comida traz é fascinante♥️O am♥️r e o capricho ♥️ na cozinha é tudo❣️❣️❣️ Parabéns����
ResponderExcluirNossa Dê. Que lindo!!! Parece que a gente voltou no tempo. Bjos.
ResponderExcluirQue bacana! Lindo tema!
ResponderExcluirÉ fato que a cozinha traz consigo memórias, e que memórias lindas! Adoro!��
Lindo texto.tb me fez lembrar os carinhos culinários de minha mãezinha.. ..
ResponderExcluirNão gosto muito de cozinhar, mas com o texto pude refletir que deixarei na memória de quem gosto, sabores do meu têmpero...minha filha que está longe, sempre me fala, que sdds do teu arroz, meu filho que está sempre em casa diz: mãe, vc quem fez...está delicioso...então me sinto feliz...qdo partir(espero daqui a anos), deixarei uma memória afetiva...amo teus textos pq me faz meditar e agradecer a Deus, detalhes da vida!!!
ResponderExcluirTive a mesma sensação ao ler seu texto ����
ResponderExcluirÉ isso mesmo a comida quando feita com amor tem esse poder ou melhor dizendo produz milagres como da confraternização, da reconciliação,da amizade, do carinho,do afeto. Trás a memória momentos inesquecíveis, que ficam guardados lá no fundo da nossa alma. Lindo texto, parabéns amor 😘
ResponderExcluirSem duvida , cozinhar é um ato de amor. Cozinhar com amor é amar duas vezes.
ResponderExcluirViajei ao passado rsr. Lembrei das rosquinhas de pinga e chá de chocolate que minha vizinha fazia. Obrigada amiga! Beijos
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