Hoje é o da Nacional da Adoção.
Esse dia me remete há alguns anos
atrás, quando tudo começou! Quando a Adoção começou a fazer parte da nossa
história!
Talvez algumas pessoas não
concordem com o fato de eu sempre escrever à respeito.
Talvez argumentem que se o Amor
por um filho adotivo é o mesmo que o Amor por um filho biológico, por que então
tocar no assunto?
Eu gosto de escrever à respeito,
porque quando penso no assunto, meu coração transborda de Amor!❤
E acho importante falar à respeito,
para desmitificar o ato da adoção; e assim contribuir para quebrar os preconceitos
e paradigmas, que ainda existem!
O Amor é exatamente igual, sim!
Sou mãe biológica e do coração! E posso falar com experiência de causa!
Sou mãe biológica e do coração! E posso falar com experiência de causa!
O Amor que sinto por meus dois
filhos, é exatamente igual: em grandeza, em transbordamento e em entrega! Ser mãe
dos dois, me completa como mulher!
Hoje, enquanto estava no banho,
conversei com Deus:
- É... eu converso com Deus em
horas inusitadas... Quando sinto necessidade!
E hoje ao lembrar de como tudo
começou, agradeci a Deus por ter entrelaçado nossos caminhos!
Agradeci pela vida do meu filho! E
pedi que o abençoasse, e que ele seja sempre feliz. E que cresça, e
permaneça sempre, nos caminhos do Senhor!
Orei por mim e por meu marido,
para que sejamos bons pais. E que tenhamos discernimento para criá-lo sempre com princípios e valores! Ensinando o que é bom, o que correto e o
que é digno!
E orei também pela genitora dele: onde quer que ela
esteja, que Deus a abençoe – porque através da vida dela recebi um presente
precioso...
Lembro-me da primeira vez, que vi olhar
do meu filho... Foi emocionante!❤
Ele era um bebê gorduchinho, e
quando a assistente social chegou com ele, ele olhou pra nós – pra mim e para o
meu marido -, e abriu um sorriso lindo!
Naquela hora, as lágrimas rolaram e o meu coração “derreteu” de tanto Amor!❤
É inexplicável, mas naquele
momento – ele nasceu pra nós! Ali, diretamente em nossos corações! E já era
nosso, à partir de então!
Quem não viveu a experiência talvez
não entenda... E talvez não haja uma explicação mesmo! Só vivenciando pra
entender. 💕
À partir daquele dia, todos dias
íamos visitá-lo. A previsão era que demoraria uns quinze dias, pra ele ir para
casa.
A espera foi se tornando
angustiante! Eu queria que fosse logo, imediatamente!
O curioso – é que junto com aquele Amor que nasceu naquele dia,
nasceu também o instinto de “leoa”, quase primitivo. Aquele instinto de que
temos que preservar e cuidar da nossa cria! 😊
Quando voltávamos pra casa, eu
ficava pensando: será que elas vão cuidar bem dele? Será que ele está dormindo
bem? Será, será....e será??
Transcorreu aquela semana, e no domingo não pudemos visitá-lo. Disseram-nos que ele iria à um churrasco, na casa da psicóloga.
Transcorreu aquela semana, e no domingo não pudemos visitá-lo. Disseram-nos que ele iria à um churrasco, na casa da psicóloga.
Eu
e meu marido ficamos indignados! Por que não poderíamos visitá-lo, nem mesmo no
final da tarde? E pra quê levar nosso filho tão pequenininho, num churrasco?
E se não cuidassem bem dele? E se
acontecesse alguma coisa?
O instinto primitivo falou mais
alto... E nos esquecemos, que nos últimos meses, ele tinha vivido ali. E que tinha
sido muito bem cuidado! Mas bateu aquele ciúme, em nós!
Ele não chegou em quinze dias...
Aquele churrasco tinha um motivo:
era a despedida delas com ele.
Na segunda fomos chamados no fórum.
A guarda provisória tinha sido expedida! Que emoção, que alegria!
Naquele momento, o fato de eu ser
apressada e ansiosa, nos ajudou. Porque eu, meu
marido e a minha filha mais velha corremos pra aprontar tudo: compramos roupinhas, carrinho, berço,
cadeirinha para o carro. Eu o fiz até pintar e me ajudar a decorar o quarto! 😂
E, em uma semana estava tudo
pronto.
Chegamos ansiosos, com a roupinha
pra ele sair. Eles não permitiam que a criança levasse nada do abrigo, excetuando-se um
item!
Quando já estávamos prontos pra ir
embora, a assistente social nos entregou uma caixinha com um laço, dizendo que
aquilo era do Pedro. Na hora pensei que fosse alguma roupinha ou algum brinquedinho
que ele tivesse.
Ao abrir, nos deparamos com um
caderno azul e ao folheá-lo, pude conhecer a rotininha dele, desde que havia chegado
ao abrigo.
Aquilo era um tesouro...💝 E o guardo com carinho, pra ler com ele, quando tiver mais maturidade.
Aquilo era um tesouro...💝 E o guardo com carinho, pra ler com ele, quando tiver mais maturidade.
Fomos para casa: eu e meu marido, emocionados! Enfim, o nosso príncipe estava
em casa - no seu lugar!
Mais tarde, fui ler o caderninho
dele com mais atenção, e uma anotação de uma das cuidadoras, fez eu e meu
marido nos emocionarmos, mais uma vez:
“01/04/2011
Quando cheguei o Pedro estava
dormindo. Teve a visita de seus pais. Quando voltou estava acordado e com os
olhos brilhando! Ficou quietinho!
...
Durante a noite não acordou nem
durante as trocas de fraldas. Por diversas vezes durante a madrugada sorria
enquanto dormia. Noite maravilhosa!”.
Foi maravilhoso poder tomar
conhecimento de sua rotina! Especialmente da noite em que estivemos lá!❤
Naquela noite, quando chegamos em
casa, ele dormiu a noite toda. Foi como se soubesse que ali era o seu lugar!
Já se passaram sete anos, desde
então!
E eu vejo nele, um pouco de cada
um nós!
Pode não ser o mesmo sangue à correr em nossas veias! Mas a “hereditariedade”
existe, sim!
Eu vejo a “hereditariedade” nos jeitos
e maneiras, que ele herdou de nós!
Eu vejo à mim mesma, através do
seu jeito desinibido, falante e sociável!
Quando chega a algum lugar, e dá
bom dia, boa tarde ou boa noite, exatamente do jeito que eu faço!
E vejo ao meu marido, quando ele
tira a camisa no verão - igualzinho ao pai-, para lavar o carro, ou outra coisa
qualquer!
Ou, quando sai da escola todo
orgulhoso, pelo Tio Jaime o chamar de “Pedrinho da Bike” – porque às vezes, o
pai, o busca de bicicleta!
Quando dá “glórias a Jesus” ao ficar feliz com alguma coisa ou conquista!
Eu vejo aí a “hereditariedade”:
que transcende a ciência, a genética e o sangue!
E que - o Amor que nos une -, é o que realmente importa! E nada mais!💕
Amo você, meu filho!❤
Parabéns te admiro de montao rsrs
ResponderExcluirObrigada, querida!
ExcluirPuxa... que lindo!!!
ResponderExcluirParabéns amiga!!!!
Obrigada, meu amigo!
ExcluirQue texto emocionante. Não tem como meu coração não bater acelerado... Lembro do dia que fui buscar meu filho. Momento eternizado em minha memória e coração. Mas vim aqui para te falar que ler seu texto, me deu certeza de não ter feito nada errado, pois até agora, estava com um sentimento de culpa, pois no dia 25, também lembrei que foi dia da adoção e quis fazer uma homenagem para meu filho. Mas tal fato não foi bem aceito por minha mãe. Ela não gostou... Me falou que eu estava rotulando meu filho, mas não foi essa a intenção. Tenho um orgulho danado ele. O amo mais que tudo nessa vida e quis escrever o que sentia. Fico feliz em saber que outras pessoas, assim como eu, tmb fizeram o mesmo. Bju no seu coração e agradeço por compartilhar conosco esse texto lindo que vc escreveu. Gratidão ����
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