Depois que a minha amada sobrinha Juju se foi, alguns dias do ano são especialmente difíceis. O dia 29 de maio é um deles...
Nestes dias eu sinto vontade de escrever, porque escrever pra mim é catarse.
No dia 29 de maio de 2010, há exatamente dois anos, de repente o dia se fez noite, pra mim e pra toda a minha família!
Nesse dia, após mais de cinco meses de sofrimento, a Juju se foi...
É difícil lembrar, pois até hoje tudo me parece surreal! Às vezes tenho a impressão que nada disso aconteceu, e que ela vai voltar, como se nada tivesse acontecido...
Ontem saí pra caminhar, depois de quase dois anos de pausa.
Na época em que ela adoeceu, eu fazia parte de um grupo de condicionamento físico. Depois de tudo, perdi a motivação e parei por mais de dois anos com as caminhadas. Eu me sentia deprimida, desmotivada, e parei.
É engraçado, mas certas coisas se tornaram difíceis pra mim, depois do que aconteceu.
Pois bem: ontem resolvi voltar no Centro Esportivo e enquanto caminhava, eu fiz um balanço destes dois anos que se passaram.
Agradeço a Deus, porque já estou há quase dois meses sem tomar antidepressivo e calmante pra dormir.
Parece exagero pra quem nunca viveu uma situação como essa, mas eu precisei dos remédios (como uma espécie de muleta) pra conseguir enfrentar tudo o que aconteceu...
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Admiro minha irmã, mãe da Juju: ela já largou os remédios há mais tempo. Teve coragem e força pra enfrentar sua dor! Minha irmã é uma guerreira e eu a amo e a admiro muito!!
E neste dia tão difícil, peço a Deus que lhe dê paz e conforto (a ela e ao meu cunhado).
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Enquanto caminhava, me veio à cabeça a letra de uma música que gosto muito, "Flores em vida" (Paulo César Baruk). E sua letra diz assim:
"...Eu já não alcanço o passado
Meus limites reconheci
O hoje é tudo o que tenho, isso entendi
Preciso trazer a memória histórias que desprezei
Não posso me esquecer, venho te oferecer
Flores em Vida
Enquanto é dia!
Já não me esqueço, hoje ofereço
Flores em Vida
Enquanto..."
Um das coisas que me confortam é saber que dei todo Amor que podia dar à minha querida Juju! Amei-a de certa maneira, como se ama uma filha, e não apenas como sobrinha...
Abracei, beijei, mimei, dei carinho. Dentro de minhas possibilidades, fiz todas as suas vontades!
Hoje, penso nela e fico imaginando que ela seria minha pequena "ajudante" pra cuidar do Pedrinho (ela que era tão cuidadosa e tão responsável...).
Muitas coisas me remetem a certas lembranças...
Estes dias vi um blazerzinho vermelho e automaticamente me lembrei dela, pois era a sua cor preferida...
Cada menina que hoje tem a idade que ela teria, me faz imaginar em como uma mocinha linda ela logo se tornaria...
Mas como diz a música, não podemos alcançar o passado...
É preciso que não sejamos econômicos em amar, em beijar, em abraçar. Em dar afeto a aqueles que amamos. Pois o hoje, é realmente tudo que temos.
Do passado, ficam as lembranças - que serão boas, se tivermos a capacidade de oferecer "Flores em vida" enquanto é tempo!
Lembranças e saudades eternas da minha Juju...
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