Imagem extraída do Google
Outro
dia eu pensei em mim, e sobre como estava me sentindo nos últimos tempos. E veio à minha mente a imagem de uma planta
murcha, caída…quase morrendo. Que
então, de repente é regada, e aos poucos vai se levantando!
Assim
estava eu, nos últimos meses! Ou, no último ano!
Completamente
exaurida devidos à dores físicas, que acabaram tornando-se emocionais!
A
comparação pode parecer exagerada, mas era exatamente assim que eu me sentia...
Agora,
os poucos, devagarinho... Eu estou me recuperando!
Têm
dias que me sinto bem, parece que vou melhorar de vez... Mas então, tenho uma
recaída, as dores voltam, e com elas, bate o desânimo.
Meus
familiares talvez esperassem, que com a mudança drástica que fiz em minha vida,
eu sarasse do dia para a noite! Mas creio que o processo de cura leva tempo! É
lento... Não se dá assim, tão rapidamente!
O que eu espero deles, é paciência.
E
o que eu espero de mim é fé, garra, ânimo: forças para levantar da cama, mesmo
com todo desânimo que às vezes quer me abater!
Não
foi fácil tomar a decisão que tomei... pensei por anos! Tive dúvidas, entrei em
crise! Até o último dia, me senti insegura...
Estava
à caminho para assinar a papelada, e até o último minuto senti-me atribulada.
Mas à partir do momento em que entrei e me deparei com os papeis, todas as
minhas dúvidas foram embora. E Deus me deu a certeza naquele momento, que
aquela era a decisão que eu tinha que tomar! Que seria o melhor pra mim!
Essa
decisão não foi impensada, foi amadurecendo ao longo do tempo... Não foi precipitada como alguns que
me conhecem - pensaram.
Não foi movida pela dor, simplesmente! Comecei à pensar lá atrás, há muito tempo...
Não foi movida pela dor, simplesmente! Comecei à pensar lá atrás, há muito tempo...
Certo
dia assisti à uma entrevista num programa matinal - de uma escritora que largou o seu emprego num
banco concursado, e com pouco tempo para se aposentar – para somente escrever e
fazer o que gostava!
Na
época, eu achei loucura da parte dela! Ainda mais, faltando tão pouco tempo
para a aposentadoria. Mas aquilo ficou em minha mente, e ainda assim, admirei-a
pela coragem!
Numa
outra ocasião, eu e meu marido fomos comprar um pacote turístico numa agência
de viagens, e por coincidência, uma colega nossa da faculdade foi quem nos
vendeu o pacote. Ela trabalhava lá há muitos anos, era irmã da dona da agência.
Na
época, ela nos disse, que aquele, provavelmente seria o último pacote de viagens
que ela iria nos vender, pois ela estava saindo agência.
Que
estava muito estressada e que precisava mudar de profissão. E tinha feito um
curso, e que iria mudar o rumo de sua vida!
Aí
perguntamos com o que ela iria trabalhar: para nossa surpresa, ela nos disse
que havia feito um curso de manicure e iria trabalhar num salão. E também
atender à domicílio.
Confesso
que fiquei surpresa, pois seria uma mudança e tanto! E convenhamos, que uma profissão
não tem nada a ver com a outra! Nós lhe desejamos felicidades e sucesso em sua
nova profissão, e não tivemos notícias dela por algum tempo.
Passados
alguns meses, o marido dela foi descontar um cheque na agência em que eu
trabalhava. Então perguntei como ela estava, se estava feliz com a mudança.
E
a resposta dele foi mais ou menos assim: - Olha, Adelisa! Ela está super-feliz, realizada! É
outra mulher! Até com relação ao nosso casamento, ela melhorou!
Fiquei
feliz em saber, e fiquei pensando na coragem que ela teve em fazer uma mudança
tão drástica – mas necessária!
E
aquilo me marcou, e não saiu mais de minha cabeça... Pois
há muito tempo eu me sentia como ela, mas nem cogitava em fazer uma mudança tão
significativa em minha vida!
O
emprego em que eu estava, era o que eu havia sonhado por muitos anos. Minha
vida estava estável financeiramente. Só que eu não me sentia feliz há muito tempo!
Quem
consegue se sentir feliz sentindo dor o tempo inteiro? E como já disse, as
dores desencadeiam outros males: no campo emocional, psicológico.
Pois
bem: saí de férias, e quando estava pra voltar tirei uma licença por motivos de
saúde. Fiquei quatro meses em casa de licença, e em vez de melhorar, fui
piorando, pois o nosso sistema de saúde é cruel! Eles fazem de tudo para que a
pessoa volte à trabalhar - mesmo que a olhos vistos esteja "morrendo"! Ainda que não estejam bem e em condições! Passei por
perícias e mais perícias! Eles dificultam
ao máximo todos os trâmites, é uma burocracia terrível! E todo mundo está apto à voltar a trabalhar!
Então, nesse meio tempo resolvi sair!
Certo
dia li uma frase que me tocou: “Às vezes precisamos abandonar a vida que
havíamos planejado, porque não somos mais a mesma pessoa que fez
aqueles planos...”.
Esta frase, de repente definiu tudo o que estava sentindo há um bom tempo!
Aquele
não era mais o meu lugar! E realmente, eu não era mais a pessoa que havia feito
aqueles planos!
No
entanto, vieram as dúvidas: como seria o meu dia a dia, depois que parasse de
trabalhar?
E
ao mesmo tempo, chegavam as respostas: no meu dia a dia, eu teria mais tempo
para cuidar de mim, da minha saúde. Para cuidar do meu filho, passar mais tempo
com ele...
E
a parte financeira mudaria sim: eu teria que comer menos fora, comprar menos
coisas, economizar um pouco aqui e ali... Mas quem disse que precisaríamos
de tudo aquilo que estávamos consumindo?
Um
bom exemplo foi a minha última viagem de férias: ficamos num hotel cinco
estrelas, fizemos quase todos os passeios. Comemos do bom e do melhor, mas em
todos os dias, eu tive dor! Em todos eles - tive que tomar medicamentos pra
conseguir levantar no outro dia...
Eu me perguntei: - Isso é vida? Vale a pena tudo isso?
E além de todos os problemas de saúde - a falta de tempo
para me cuidar e cuidar da minha família, era constante. E isso me angustiava -
estava acabando comigo!
A
decisão foi difícil, mas no dia em que se concretizou - foi como se eu tivesse tirado um peso enorme
de minhas costas!
Eu carregava um fardo havia muito tempo! E de repente me senti leve...
Eu carregava um fardo havia muito tempo! E de repente me senti leve...
Não
vou dizer que estou cem por cento desde então.
Hoje
mesmo estava desanimada, com as “benditas” dores que me assolam. Mas levantei,
fiz um café e estou aqui escrevendo.
Nesse
meio tempo tive momentos bem felizes também: posso agora levar meu filho às
aulas de natação. Fico com ele boa parte da manhã...
Fiz os ovos de páscoa da criançada, este ano. E ficaram lindos! Me senti realizada!
Fiz os ovos de páscoa da criançada, este ano. E ficaram lindos! Me senti realizada!
Tenho
mais tempo para ficar com meus netinhos, minha filha mais velha. Meu marido não
anda tão sobrecarregado, como antes!
Aos
poucos as coisas vão entrando nos eixos!
Quando
estou bem faço coisas que me dão prazer: cozinhar e fazer doces para aqueles
que eu amo - me deixa extremamente
feliz!
Costurar,
fazer artesanato. Pintar CDs com esmalte de unhas e transformá-los em móbiles...
Cuidar das minhas plantinhas suculentas...
São
tantas coisas que me dão prazer, e que eu não conseguia mais fazer por absoluta
falta de tempo!
Parando
para pensar, chega a ser engraçado: de vez em quando minha vida dá essas “piruetas”
de 180 graus! Fui dona de casa por dezessete anos, voltei ao mercado de
trabalho e trabalhei mais dezessete! Agora, depois de uma outra “pirueta”
voltei a ser dona de casa!
E
no momento estou numa espécie de “aposentadoria”. Não sei ainda o que vou fazer do meu futuro: se vou escrever mais, fazer bolos ou artesanato, pra vender. Dar
aulas. Ou prestar algum concurso!
Meu futuro está nas mãos de Deus!
Meu futuro está nas mãos de Deus!
Em
primeiro lugar, vou me cuidar! Pois a analogia que fiz da minha vida com aquela
plantinha, parece exagerada, mas é extremamente verdadeira! Era exatamente
assim que eu me sentia...
Ainda
serão necessárias muitas “regas” e muito cuidado, pra que eu "arribe" e me coloque de pé completamente!
Com
a graça de Deus, tenho fé em Jesus que ficarei bem!
E... continuarei caminhando e recomeçando, sempre!
“Não
é tarde para se sonhar
O
céu ainda é azul, há esperança
É
só olhar no olhar de uma criança
No
sorriso de uma mãe que deu à luz
...
Não
é não
Minha
força vem de um Deus que faz milagres
Minha
fé está além do impossível
Minha
esperança viva está
Meu
coração não quer parar
Pois
nunca é tarde, não é tarde para se sonhar”.
Fernanda Brum
*Texto escrito em 18/04/2018.
*Texto escrito em 18/04/2018.
Oiee linda!! Uau, amei o texto e ter sido sua "musa inspiradora "☺️ Amei saber também que tomou uma decisão para te fazer mais feliz e tenho certeza que irá "arribar" muito mais rápido do que imagina �� Te entendo em todos os aspectos e reafirmo que foi a melhor decisão que tomei �� Que Deus continue abençoando você e sua família���� Um super beijo meu e do T. ❤️❤️����
ResponderExcluirFico feliz que tenha gostado! E mais ainda, que está realmente feliz! 😍
ExcluirAmém!!! Eu creio🙏
Beijos querida! Deus os abençoe! 🙏😘😘
Adelisa, sua linda!!! Te entendo super! Passando por uma situação parecida com a sua, estou cuidando melhor de mim, da minha saúde, da minha casa (interna e externa).
ResponderExcluirO futuro ainda parece nebuloso, mas o que temos de certo se não o aqui e agora?
Estou aprendendo a ser menos exigente e mais amorosa comigo mesma. A não me cobrar tanto, a fazer pausas no respirar, e deixar que Vida me conduza com mais leveza. É um aprendizado. Longo talvez. Mas que seja! Há beleza nisso tudo.
Que as respostas lhe cheguem como um doce sussurro e que seu coração vibre com a alegria e serenidade dos que sabem esperar. Está TUDO certo, amiga. Tudo como tem que ser... Paz e Bem infinitos pra você! <3 <3 <3
Amém, minha querida amiga - pra nós duas!
ExcluirMuito lindo o que você escreveu...
Deus abençoe!
Beijos, com carinho! <3
Acho que a “mudança de rota” é quase um “imperativo categórico” para aqueles que têm um forte senso de chamado e que enfrentam o dilema da mudança. Porque a vocação (ou chamado) é como uma força sutil (mas às vezes avassaladora) que faz com que qualquer mudança seja possível.
ResponderExcluirNada melhor do que estar no lugar para o qual você foi feito para estar, e fazendo aquilo que se é.
Adriano Santos
Verdade, Adriano!! A vocação é uma força avassaladora mesmo! Muito boa a sua definição!
ResponderExcluirAdelisa, lendo esse POST percebi que em algumas partes, ele tem alguma semelhança com a minha decisão de me aposentar e deixar de trabalhar depois de 35 anos. A insegurança é bem grande na hora de tomar essa decisão. Mas, como voce mesma escreve em seus livros "O que realmente importa?". Tbem me sinto começando uma nova fase da minha vida, e acima de tudo estou entregando essa nova fase a Deus. Assim, como voce escreveu neste POST, descobri que cuidar da nossa família e muiiiito prazeroso. Espero que você se sinta cada vez melhor é que possamos nos encontrar em breve. Saudades de voce.
ResponderExcluirOi, Silvia!
ExcluirAmém, minha amiga!
É... a decisão não é fácil! No meu caso, eu meu aposentei por conta...rsrsrs. Ainda faltam alguns anos!
Mas não me arrependo!
Me sinto muito feliz em ter mais tempo para fazer as coisas que gosto e cuidar da família!
E no final das contas chegamos a conclusão de que não precisamos de tudo que ganhávamos, para sermos felizes... Sinto-me muito mais feliz agora!
A minha recuperação é lenta...Mas tenho fé em Jesus que ficarei bem! E Deus vai curar minha dores físicas, e as emocionais!
Desfrute de sua merecida aposentadoria! E curta muito a sua família!!
Também estou com saudades... Precisamos marcar, minha querida amiga!
Um grande beijo, que Deus a abençoe!
Com carinho... <3
Bjs Dê! Estou na casa dos meus pais e li novamente os seus livros. Eu gostei muito dos dois e é legal ver neles algumas histórias que tinha ouvido diretamente de voce. Fica com Deus. Bjs
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