Imagem extraída do Google
Domingo retrasado foi um dia especial pra mim. Depois de mais de
dois anos, encontrei meus colegas/amigos do Rural...
Lembro-me como se fosse hoje: eu e mais
dois colegas, e uma garota que não me recordo o nome, esperando ansiosos na
sala do segundo andar, para passarmos por nossa entrevista de admissão.
Havíamos prestado aquele concurso havia
mais de três anos, e por um impasse burocrático, demorou todo aquele tempo para
sermos chamados.
Na época, era o emprego dos nossos
sonhos! Cada um tinha a sua história, e aquele emprego nos daria a estabilidade
que tanto sonhávamos.
Passamos pela entrevista e por
coincidência, eu e meus dois colegas escolhemos trabalhar num departamento em
Campinas. Depois disso, se passaram mais dois meses, até que fomos chamados
para a integração. Seria uma semana de cursos e preparativos para que
pudéssemos tomar posse.
O primeiro dia de integração até que foi
bem legal. Cheio de atividades com novos colegas das mais variadas cidades.
Cheia de coofee-breaks (de que eu tanto gostava)!J
Só que depois do primeiro dia fomos avisados que iríamos tomar
posse no departamento. Não precisaríamos da integração. Chegamos meio
assustados, pois fomos pegos de surpresa. Ainda por cima, nossa chefe imediata, era brava que ela só! J
Eu me lembro de que ela fumava no
departamento (contra todas as leis anti-fumo que eu conheço). Ela era
workaholic e quase todo santo dia ela pedia churrasquinho com suco de açaí para
o almoço - só pra não ter que sair pra almoçar. J
Depois de uns seis meses ela se
aposentou e vieram outros coordenadores em seu lugar.
Éramos oito auxiliares administrativos,
dois coordenadores e um engenheiro agrônomo. Mais os aprendizes e estagiários.
Analisávamos os financiamentos de
Crédito Rural e Finame do BNDES. Tínhamos contato apenas com as agências, e não
diretamente com os clientes. Alguns faziam a análise e as cédulas, outros calculavam
as dívidas em atraso, as amortizações.
Lá eu aprendi a calcular alqueires,
hectares, arrobas. Aprendi a raça das vacas, dos porcos, cabras e ovelhas.
Descobri que existe até porco "light"! J
Aprendi a calcular as áreas das
matrículas de imóveis. Às vezes, elas
eram um mistério intrincado, como as matrículas da cidade de Socorro/SP, que
eram complicadíssimas!
Algumas começavam assim: a parte da
parte, de fulano de tal, e mais fulano e sicrano, e por aí vai... Líamos e
relíamos até chegar à área que era realmente devida ao tal fulano. Eu me sentia
realizada quando descobria a real área! J
Aprendi também o que é uma carta de anuência, uma alienação
fiduciária, uma hipoteca de primeiro, segundo ou terceiro, graus.
Aprendi também que existem tomates de várias qualidades. Frutas,
que eu nem imaginava existir!
Depois da análise, vinha o veredito:
aprovado ou não (dependendo se a documentação estava em ordem ou não).
Aí passávamos para o engenheiro, e ele
também teria que aprovar. Se aprovado, era confeccionada a cédula de
crédito. Caso contrário, o dossiê voltava pra sua agência origem, para
regularização. E para finalizar, eram passados aos coordenadores antes de sair.
Eu gostava desse serviço! Era um prazer
pra mim, destrinchar aquelas matrículas complicadas, fazer as cédulas...
Pois bem - ficávamos ali boa parte do
dia. Eu fiquei quase sete anos. Alguns outros colegas ficaram dez, ou mais de
vinte anos por lá...
Um belo dia, recebemos a notícia que
nosso departamento iria extinguir!
Cada um teve que tomar a decisão de para
onde pedir transferência. Foi uma decisão muito difícil para todos!
Acabamos nos tornando uma
"família"! Tantos anos juntos! Às vezes, quando a mulherada estava na
TPM (às vezes todas juntas J) saiam
umas briguinhas, como em toda família. Mas acabava ficando tudo bem no final!
Passamos por muita coisa juntos... Todos acompanharam o meu
sofrimento quando perdi minha sobrinha. Eu acompanhei o sofrimento de muitos
colegas também! Estivemos juntos em oração!
Cada um foi para um lado, para novas
atividades. Aprender novos tipos de serviços. Alguns se aposentaram.
Mas a amizade que surgiu ali
continuou...
Mesmo estando longe uns dos outros,
todos acompanharam minha alegria quando o Pedro chegou!
E eu acompanhei as alegrias, realizações,
tristezas, decepções e percalços que alguns colegas também passaram.
Depois de quatro anos, conseguimos
reunir a turma por duas vezes. E no domingo retrasado, pela terceira.
Foi um momento de alegria, de matar a saudade de todos aqueles
anos juntos!
Chegamos à conclusão que o tempo passa
depressa e precisamos nos reunir mais vezes!
O tempo pode passar, a distância pode
existir, mas a amizade que surgiu ali, naquele departamento, jamais morrerá!
Os meus amigos do rural estarão pra
sempre em meu coração!
"Amigo
é coisa pra se guardar, do lado esquerdo do peito, mesmo que o tempo e a
distância, digam não!"
Como disse o poeta: "Amigo é o irmão que o coração escolheu!"
ResponderExcluirBeijo, querida irmã!
Com certeza Adelisa, aprendemos muito, no período em que trabalhamos no Rural.
ResponderExcluirComo já disse anteriormente, o depto acabou e a empresa também, e apesar da distancia, as amizades continuaram. Bjs...Mari
bons tempos que passamos lá, as gafes tanto da japona e o salgadinho de isopor, como da Miriam e seu coelho, as trilhas que eu não fiz, o´chefe e seus estagiários, os moranguinhos do Eneias e assim por diante, as trufas da Adelisa e por ai a fora, a pinguinha guardada no armario do Milton, as festas e aniversários, as fofocas , acho que já me esqueci de muita coisa, mas aos poucos posso me lembrar.... sei lá entende... a Japona e os bingos... o churrasco do Mario que eu não fui. bjs. Milton
ResponderExcluirMuito bom Adelisa, muito bem lembradas estas etapas. Afinal era uma família mesmo, onde todos compartilhavam o seu dia-a-dia. Muita troca de experiencias. Realmente um grande aprendizado. Podemos nos gabar de que era um dos melhores setores do banco para se trabalhar, muito diversificado. Ganhamos cultura, coisa que jamais esqueceremos. Mas ficou a amizade e como dizem, quando a amizade êh boa, ela dura para sempre. Um grande abraço...
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